No Mundo
Segunda-feira, 8 de julho de 2024

Milei evita atacar Lula, mas critica países socialistas em discurso a conservadores

Presidente da Argentina optou por listar suas ações no governo vizinho e criticar o socialismo

Javier Milei, presidente da Argentina, optou pela moderação e esfriamento das tensões com o governo brasileiro e não fez críticas diretas ou menções nominais ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu discurso na CPAC (Conservative Political Action Conference), em Balneário Camboriú (SC), neste domingo (7).

Em uma fala de 20 minutos, o presidente da Argentina listou suas ações à frente do país vizinho, fez duras críticas a governos socialistas e adicionou pequenas críticas sutis ao Brasil e aos pares da América Latina. Como quando afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro – presente no palco durante o discurso – é um “perseguido judicial”.

Em outro momento condenou o regime de Nicolás Maduro na Venezuela ao chamar de ditadura e reiterou sua opinião de que o ataque do Exército na Bolívia foi um “autogolpe”.

Mais cedo neste domingo, o governo federal sinalizou que acompanharia a participação de Milei no evento após as últimas provocações do presidente argentino ao seu homônimo brasileiro, quando chamou Lula de “perfeito dinossauro idiota” em uma postagem na rede social X, junto com uma série de críticas ao chefe do Executivo brasileiro.

Milei e Lula

Segundo o Itamaraty, o governo poderia retirar seu embaixador de Buenos Aires se Milei ofendesse Lula novamente.

O presidente da Argentina foi o principal convidado da CPAC 2024, evento que reúne políticos e apoiadores da direita conservadora. Ao entrar no palco, Milei surgiu ao som de uma banda de rock argentina, cantando e animando a plateia, que respondeu calorosamente aos gritos de “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão”.

O discurso se concentrou nas ações do presidente libertário na Argentina e em uma linha do tempo, com Milei analisando os governos socialistas na América Latina e criticando como gerenciaram a economia ao ponto de chegar nos cenários atuais.

O argentino repetiu o lema de Bolsonaro, “Deus, pátria e família”, e falou que “Justiça não é que todos sejam iguais, mas que todos possam aproveitar do fruto de seu trabalho” e que o “socialismo do século 21 serve para beneficiar amigos do poder”.

Porta-vozes já tinham afirmado a jornais argentinos que o presidente não iria atacar Lula ou intensificar o tom. Entretanto, a relação de Milei com o Brasil e outros países da América Latina segue tensa, com a recusa do presidente argentino em participar da Cúpula do Mercosul, que acontece nos dias 7 e 8 em Assunção, no Paraguai.

Fonte: InfoMoney