No Mundo
Domingo, 16 de junho de 2024

Grupo de extrema direita europeu expulsa partido alemão após fala sobre polícia nazista

Membro do Alternativa para a Alemanha afirmou que “não eram todos criminosos” na SS

O Identidade e Democracia (ID), um grupo de extrema-direita do Parlamento Europeu, expulsou nesta quinta-feira (23) a delegação do partido Alternativa para a Alemanha (AfD, em alemão), menos de um mês antes das eleições para a Casa legislativa.

A decisão foi tomada após Maximilian Krah, principal candidato da AfD no pleito, dizer a um jornal italiano no fim de semana que, na SS (a polícia secreta nazista), “não eram todos criminosos”.

“O ID não quer mais ser associado aos incidentes envolvendo Maximilian Krah, líder da lista da AfD para as eleições europeias”, pontuou o grupo em comunicado.

Esse é o mais recente golpe para o Alternativa para a Alemanha (AfD) em poucos meses. A líder francesa de extrema-direita Marine Le Pen retirou seu apoio ao partido nesta semana por considerá-lo tóxico demais.

Os partidos de extrema-direita no Parlamento Europeu estão atualmente divididos entre os Conservadores e Reformistas Europeus (ECR), que têm como líder a primeira-ministra da Itália, Georgia Meloni, e o ID, liderado por Marine Le Pen.

As pesquisas de opinião sugerem que os partidos nacionalistas e eurocéticos conquistarão um número recorde de votos nas eleições.

Os co-líderes da AfD, Alice Weidel e Tino Chrupalla, disseram em comunicado que tiveram conhecimento da decisão do ID, mas estavam otimistas em relação às eleições.

“Estamos confiantes de que continuaremos a ter parceiros confiáveis ao nosso lado no novo período legislativo”, destacaram.

Embora ainda esteja em segundo ou terceiro lugar na maioria das pesquisas nacionais de intenção de voto, o AfD viu seu apoio cair cerca de oito pontos percentuais neste ano.

Isso acontece após o partido sofrer decisões judiciais adversas e preocupações sobre seus vínculos com a China e a Rússia serem levantadas. Além disso, foi revelado que membros do alto escalão da sigla haviam participado de discussões sobre a deportação de alemães não étnicos.

Krah teve que renunciar do conselho de liderança do AfD e prometeu não fazer mais nenhuma aparição na campanha do partido após seu comentário sobre a SS, embora ainda seja um candidato nas eleições.

Fonte: CNN