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Quarta-feira, 24 de julho de 2024

Brasileira Gohobby planeja pré-venda de ‘carro voador’ no próximo trimestre

O veículo aéreo conhecido como carro voador, ou eVTOL (aeronave elétrica de decolagem e aterrissagem vertical), está prestes a entrar no mercado brasileiro. Enquanto várias empresas ao redor do mundo se apressam para desenvolver protótipos, incluindo a Eve, da Embraer, uma startup brasileira chamada Gohobby está se preparando para se tornar revendedora local. A empresa, fundada pelo ex-piloto de automobilismo Adriano Buzaid, que já atua como distribuidora de drones, assinou um contrato de importação com a fabricante chinesa EHang. Agora, aguarda a aprovação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para realizar testes tripulados no primeiro trimestre do próximo ano.

Com os veículos em solo brasileiro, a Gohobby está conduzindo testes sem passageiros a bordo. Planeja também realizar um evento de lançamento no primeiro trimestre de 2024 para atrair potenciais clientes e iniciar a pré-venda das primeiras 100 unidades. Os preços devem variar entre US$ 600 mil e US$ 700 mil, e os prazos de entrega do primeiro lote serão estendidos, chegando a um ano de espera para os últimos consumidores da lista.

A empresa, que espera encerrar o ano com um faturamento de R$ 100 milhões nos mercados onde já atua, está investindo R$ 4 milhões no projeto de carros voadores. Adriano Buzaid destaca o cuidado na escolha dos fornecedores, mencionando que existem cerca de 10 bons fabricantes de eVTOL no mundo, e a parceria com a EHang foi considerada a mais avançada.

A EHang, líder global no setor, comercializa modelos desde 2016, enquanto a Eve, da Embraer, planeja seus primeiros testes para o próximo ano e a produção em larga escala apenas para 2026. A Gohobby está em negociações com autoridades para validar a liberação do veículo no Brasil.

O modelo avançado da EHang, o EH216-S, tem capacidade para transportar até dois passageiros com bagagem em um alcance de cerca de 30 km, atingindo uma velocidade de 130 km/h. Assim como outros eVTOLs, não requer um piloto a bordo; o controle é feito remotamente por um operador humano, tornando-o um meio de transporte automatizado, mas não autônomo.

O público-alvo inclui companhias aéreas, serviços de táxi aéreo, agronegócio, órgãos públicos como polícia e bombeiros, além de hospitais. A Gohobby, além de atuar como revendedora, fornecerá toda a parte de software e suporte.

Buzaid destaca as vantagens do eVTOL em relação ao deslocamento terrestre e a helicópteros, incluindo custos de manutenção e emissão de carbono mais baixos. O veículo é considerado até 10 vezes mais econômico do que outros meios aéreos, de acordo com a fabricante chinesa. Uma recarga elétrica custa cerca de R$ 16, excluindo custos adicionais de reparo, revisão e ancoragem.

Adriano Buzaid visualiza um futuro próximo em que o eVTOL poderá transportar passageiros para o trabalho ou aeroporto e retornar autonomamente à base ou à casa do usuário. Embora viagens de longa distância ainda não sejam uma realidade, ele destaca ganhos significativos de eficiência em trajetos urbanos. O empresário, que fundou a Gohobby em 2010 com capital próprio, não conta atualmente com investidores externos.

Fonte: Pipeline Valor