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Quarta-feira, 3 de julho de 2024

Mais perigoso que o Hamas para Israel, entenda o que é o Hezbollah

Grupo é considerado terrorista para alguns países como Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha

Hezbollah é uma organização política e paramilitar fundamentalista (xiita) islâmica que atua na Faixa de Gaza e em vários países do Oriente Médio. Para Israel, o armamento avançado deles o torna uma ameaça maior do que a de outros grupos palestinos apoiados pelo Irã, como o Hamas.

Muitos países, incluindo os Estados Unidos, o Reino Unido e a Alemanha, bem como os estados do Golfo Pérsico e a Liga Árabe, rotularam todo o grupo como uma organização terrorista.

Já a União Europeia e a França consideram apenas a ala militar do Hezbollah como tal. Hassan Nasrallah, líder do grupo, é considerado um terrorista internacional pelos Estados Unidos e, sendo assim, está sujeito a sanções norte-americanas.

    O Hezbollah surgiu em 1982 como resposta à invasão de Beirute por Israel durante a guerra civil do Líbano. Os israelenses cumpriram o objetivo de expulsar combatentes palestinos do país, mas colheram como resultado um inimigo mais forte no Hezbollah.

    O regime do Irã viu no grupo um aliado adequado, por causa de mesma ideologia xiita e pela posição do Hezbollah no coração do mundo árabe. O país começou, então, a fornecer financiamento e treinamento ao grupo logo após a sua criação.

    Desde então, o Hezbollah cresceu militarmente. Em 2000, as forças israelenses se retiraram do sul do Líbano após um prolongado conflito com o grupo. Em 2006, o grupo manteve suas posições numa guerra contra Israel, quando Israel procurou desarmá-lo.

    A guerra de 2006 com Israel foi instigada por um ataque do Hezbollah na fronteira com o Líbano, no qual oito soldados israelenses foram mortos e dois sequestrados. O combate resultante causou a morte de 121 militares e 49 civis israelenses.

    Do outro lado, morreram cerca de 270 combatentes do Hezbollah, além de 50 soldados e policiais libaneses. Mais: cerca de 1.200 pessoas no Líbano, principalmente civis, morreram na resposta israelense.

    Ao longo da última década, o Hezbollah tem tido um papel cada vez mais ativo na região, incluindo no Iraque e no Iêmen. O compromisso militar estrangeiro mais significativo do grupo foi na Síria, onde milhares de combatentes foram destacados para defender o regime de Bashar al-Assad.

    Durante a guerra civil da Síria, o grupo interveio com sucesso em nome do presidente Bashar al-Assad e ajudou a reforçar as suas defesas após o ditador ter reprimido com violência uma revolta popular.

    Na época, a influência política do grupo parecia estar numa ascendente sem interrupção, apesar de uma aposta interna (apoiada pela Arábia Saudita) de frear seu poder, que se estendia rapidamente para além do Líbano.

    Líder impetuoso e carismático, Nasrallah raramente aparece em público desde a guerra de 2006 com Israel, aparentemente por medo do assassinato. Na reunião de aniversário de 40 anos do grupo, no ano passado, ele fez seu discurso comemorativo por vídeo.

    Nasrallah usa regularmente linguagem inflamatória contra os estados árabes do Golfo, particularmente a Arábia Saudita.

    Fonte: CNN