Com mais de 40 unidades no estado de São Paulo, rede de perfumaria leva conceito de lojas das periferias para o centro das cidades e fatura mais de R$ 300 milhões
Na Avenida Paulista, a fachada preta próximo ao prédio da Fiesp chama atenção para a Soneda. A loja funciona como um shopping de produtos de beleza e por isso o tempo passa de forma diferente por lá. Perder uma tarde andando pelos corredores, experimentando produtos e conhecendo novas marcas não é difícil. São mais de 1 mil m² que incluem:
* uma cafeteria,
* uma loja da Daiso,
* um salão de cabeleireiro,
* uma seção reservada para produtos de beleza natural,
* a loja central,
* e um jardim para distrair.
A perfumaria levou a sério a ideia de loja conceito e colocou tudo que pretende em termos de experiência do cliente e direcionamento de negócio na unidade.
Atualmente a empresa possui mais de 40 lojas espalhadas por 15 municípios de São Paulo, além do e-commerce, e pretende expandir para outras regiões nos próximos anos.
Segundo dados da Nielsen, no estado de São Paulo, a Soneda tem 30% de participação no mercado de perfumaria, equivalente a 11% de participação nacional.
A Soneda é uma empresa familiar, liderada por Minoru Kamachi. Foi construída a partir da união de perfumarias já existentes na família e da aquisição em 2018 de uma rede concorrente, a perfumaria 2000.
Durante a pandemia e entre lockdowns, o formato conhecido hoje foi estruturado e começou a ganhar as principais ruas de São Paulo. A ideia era simples, replicar o modelo de perfumarias tão comuns nas periferias para as regiões de maior poder aquisitivo, com grande variedade de produtos e marcas. “A gente percebe que existe uma carência grande desse tipo de loja”, disse Kamachi. “Por isso resolvemos lançar o novo posicionamento estratégico e buscar mais as classes C+ e B, que estão comprando esses produtos em farmácia.”
Com o consumidor convencido da proposta, a ideia é expandir os negócios. O plano prevê abrir, em média, seis novas unidades por ano, com atenção especial para cidades em um raio de até 100 quilômetros de São Paulo, considerando a eficiência logística, e em shoppings, com foco em espaços grandes, com mais de 500 m2, para garantir o mix de produtos e serviços. Cada loja tem um custo médio de abertura de R$ 2 milhões, sem considerar a mercadoria e é feita com verba própria.
Além do negócio principal, com a venda de produtos de beleza e cuidado pessoal, Kamachi viu a oportunidade de agregar outras experiências na loja e criar uma relação mais intensa com os consumidores.
Uma das iniciativas foi a parceria com a Daiso, loja de artigos de utilidade e decoração japonesa, que está presente como um store-in-store em 16 unidades.
Agora o foco é abrir salões de beleza expressos. A ideia é oferecer os principais serviços buscados pelos clientes, como hidratação e escova. São 12 unidades com salão. Considerando o sucesso que a iniciativa pode ter, Kamachi não descarta a possibilidade de tornar esse um negócio que ultrapasse as portas das lojas. Um spinoff.
“Percebemos uma carência desse tipo de loja. Por isso lançamos o novo posicionamento estratégico para buscar mais as classes C+ e B.”
Minoru Kamachi diretor da Soneda
Sustentabilidade
De olho no mercado de clean beauty (beleza limpa), a Soneda iniciou no primeiro andar de sua loja da Avenida Paulista um hub de aceleração para empresas que criam produtos nessa categoria.
A iniciativa foi feita em parceria com o Grupo Laces, com apoio do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). São 20 marcas participantes, entre elas Aveda, Risqué Bio e WeDo, e outras de médio e pequeno porte.
Segundo Kamachi, a criação de um espaço especial para as marcas naturais se mostrou necessário, uma vez que elas “se perdiam na loja tradicional”.
Além disso, a iniciativa conversa bem com a nova geração, preocupada com a composição dos produtos e o impacto que isso pode ter na saúde e no ambiente. “Estamos acompanhando o desenvolvimento dessas empresas e depois a gente pretende, pelo menos, criar um corner para ter o clean beauty em todas as unidades.”
O atual momento da companhia também passa por melhorias de gestão, considerando que a família Kamachi forma toda a diretoria e o conselho.
Conforme a empresa cresce, a direção é aprimorada com a experiência e a Soneda chega mais próximo do objetivo maior de melhorar a rentabilidade. Em pouco tempo, a rede alcançou faturamento superior a R$ 300 milhões. Agora cabe o desafio de alcançar um Ebtida superior a 10%, como almeja Minoru Kamachi.
Fonte: IstoéDinheiro
Ver Jornal 25 de Julho de 2024 