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A discussão relâmpago e aprovação do texto da reforma tributária na Câmara dos Deputados na semana passada trouxeram dúvidas para a cabeça de investidores sobre eventuais mudanças de alocação.
Ainda que o texto possa sofrer alterações durante tramitação no Congresso e alguns setores da Bolsa possam ser mais afetados do que outros, a avaliação da maior parte dos especialistas ouvidos pelo InfoMoney é que o momento é adequado para elevar a alocação em ativos de risco, de olho no recuo da Selic.
Não há consenso, porém, sobre a possibilidade de realizar ou não alterações nas carteiras em termos de segmentos.
“A leitura do texto da reforma é positiva. A ideia de aumentar a renda variável tem mais a ver com o corte de juros. A reforma [tributária] é mais um tijolo para aumentar a credibilidade do país”, defende o estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz.
O texto aprovado pelos deputados cria um Imposto sobre Valor Adicionado (IVA) no formato dual, composto por dois tributos: a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) ‒ e pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS).
O primeiro deve substituir três tributos federais: a Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS), a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e o Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI).
Já o segundo pretende substituir o estadual Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) e o municipal Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).
Olho nos setores
De acordo com a chefe de economia da Rico, Rachel Sá, a maior mudança para a grande maioria dos segmentos está na consolidação de diversos tributos pagos ao longo da cadeia em dois: CBS e o IBS.
Mas há algumas exceções. Em relatório, a economista destacou que o setor financeiro não deve entrar no novo modelo tributário com base no IVA e ter um tratamento diferenciado.
Visão que não é compartilhada por Cruz, da RB, que acredita que o setor pode ser bastante afetado por eventuais aumentos de carga tributária e por possíveis mudanças que devem ser tratadas na segunda parte da reforma tributária.
“Não recomendo ficar totalmente de fora [de bancos], mas não deve ser a principal posição”, avalia o estrategista-chefe da RB.
Há uma expectativa de que a segunda parte do texto da reforma tributária trate sobre a tributação de dividendos e o fim do Juros sobre Capital Próprio (JCP). O ponto é que bancos tendem a ser bons pagadores de proventos.
Segundo a Lei das S.As, as empresas de capital aberto no Brasil devem distribuir, no mínimo, 25% dos seus lucros aos acionistas, o que pode ocorrer de duas formas: dividendos ou Juros sobre Capital Próprio (JCP).
Fonte: InfoMoney