A mediana para os juros básicos no fim de 2023 baixou de 12,50% para 12,25% ao ano. Para o término de 2024, a expectativa também caiu, de 10,00% para 9,50% após 17 semanas de manutenção
Durante a semana do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, as expectativas em relação à taxa básica de juros para o final deste ano caíram no Boletim Focus, após oito semanas de estabilidade, devido à melhora do cenário inflacionário.
A mediana das projeções para os juros básicos no final de 2023 foi reduzida de 12,50% para 12,25% ao ano. Para o final de 2024, a expectativa também diminuiu, de 10,00% para 9,50%, após 17 semanas sem alteração. Um mês atrás, as estimativas eram de 12,50% e 10,00%, respectivamente.
Considerando apenas as 97 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana para o final de 2023 também caiu de 12,50% para 12,25%. Para o final de 2024, a queda foi de 9,75% para 9,50%, com 95 atualizações na última semana.
Em maio, o Copom decidiu manter a taxa Selic em 13,75% ao ano pela sexta reunião consecutiva. O comitê se reúne novamente nesta semana, com o anúncio da decisão programado para quarta-feira, dia 21. As projeções da Focus para a Selic são utilizadas no cenário de referência de inflação do comitê.
Na terceira reunião do Copom no novo governo de Lula, o comitê afirmou que a apresentação do arcabouço fiscal reduziu parte da incerteza, mas destacou que o processo de desinflação tende a ser lento devido às expectativas de inflação desancoradas. O colegiado ressaltou a necessidade de maior atenção na condução da política monetária diante desse contexto.
O Banco Central reiterou que permanecerá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção prolongada da taxa Selic será capaz de assegurar a convergência da inflação para a meta. No entanto, ressaltou que a retomada do aumento dos juros é menos provável, embora não hesitará em adotar esse caminho caso o processo de desinflação não ocorra conforme o esperado.
Em uma entrevista recente à Globonews, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reconheceu que o cenário está melhor, considerando os números mais favoráveis da inflação atual e os sinais positivos para o futuro. Ele também destacou a queda na curva de juros longos com a aprovação do arcabouço fiscal na Câmara, mas ponderou que é necessário observar o efeito nas expectativas.
No Boletim Focus, a projeção para a Selic no final de 2025 permaneceu em 9,00%, mesma mediana registrada há quatro semanas. O boletim também apresentou a projeção para a Selic no final de 2026, que se manteve em 8,75%, repetindo o valor estimado um mês antes.
No que diz respeito ao IPCA (índice oficial de inflação), as estimativas também apresentaram queda no Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 19, devido a uma série de notícias favoráveis.
Fonte: Estadão Conteúdo