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Sábado, 11 de maio de 2024

McCain adquire o controle da Forno de Minas; fundadores deixam o negócio pela segunda vez

No ano passado, a empresa canadense de batatas fritas congeladas investiu US$ 150 milhões na sua primeira fábrica no Brasil

McCain do Brasil, conhecida pelas batatas fritas congeladas, anunciou um acordo para aquisição de 51% da Forno de Minas. Com a operação, a canadense que já era dona de 49% da empresa mineira desde 2018, passa a ser a única acionista e controladora da fabricante de pães de queijo.

As empresas comunicaram a operação ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que começará a analisar o negócio. O valor da operação não foi divulgado.

“McCain e Forno de Minas reafirmam a continuidade do plano de negócios já em andamento, desenvolvido pela liderança da Forno, bem como o compromisso de manter o alto padrão de qualidade dos produtos e continuar escrevendo essa história de sucesso juntas”, diz nota divulgada pela empresa canadense.

No ano passado, a McCain investiu US$ 150 milhões na sua primeira fábrica no Brasil.

“O Brasil é o quinto maior consumidor de produtos do setor em que atuamos e cresce a aproximadamente 8% anualmente. Acreditamos que tem potencial para chegar a ser o terceiro, perdendo somente para os Estados Unidos e Reino Unido”, afirma Aluízio Periquito, diretor geral da McCain no Brasil. 

Hoje, o Brasil ainda representa uma parte pequena da receita da McCain, que fatura mais de US$ 10 bilhões: o país responde por cerca de US$ 200 milhões anualmente.

Fundadores deixam comando da empresa (de novo)

A Forno de Minas foi fundada em 1990 pela família Mendonça e atualmente produz pães de queijo e produtos variados para o varejo e food service. A companhia tem mais de 1200 colaboradores e exporta para 14 países.

Com sede em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, a companhia conta com uma indústria de laticínios própria, localizada em Conceição do Pará (MG), onde é produzido o queijo utilizado em todas as receitas elaboradas a partir de ingredientes selecionados e naturais.

Pela segunda vez, os fundadores da Forno de Minas vão deixar o comando do negócio.

Em 1999, a americana Pillsbury, marca da da holding Diageo, comprou a fabricante de salgados congelados.

Nas mãos dos americanos, as vendas da Forno de Minas despencaram. Em 2009, a General Mills, que havia comprado a Pillsbury, fechou as portas da empresa e demitiu todos os funcionários.

“A General Mills voltou sua atenção para o mercado chinês”, diz o consultor Marcelo Gomes, da Alvarez&Marsal, que fez a intermediação entre as partes. “Nesse processo, a Forno de Minas ficou em segundo plano e sem novos investimentos, até a fábrica ser fechada de vez em março de 2009.”

Depois de dez anos longe da empresa, a família fundadora readquiriu a marca e reativou a fábrica. “Fiz a Forno de Minas voltar a crescer”, diz Helder Mendonça em matéria publicada na EXAME em 2012.

Fonte: Exame