No Mundo
Sexta-feira, 26 de julho de 2024

Macron alertará China sobre possível ‘decisão desastrosa’ de apoio militar à Rússia

O presidente francês, Emmanuel Macron, alertará seu homólogo chinês, Xi Jinping, na próxima semana sobre as consequências de uma eventual “decisão desastrosa” de apoiar militarmente a Rússia em sua ofensiva na Ucrânia, informou a Presidência da França nesta sexta-feira (31).

“Se a China tomar essa decisão desastrosa, haverá um importante efeito estratégico no conflito”, disse um assessor do chefe de Estado francês à imprensa, antes de sua viagem planejada à China de quarta (5) a sexta-feira (7).

“Nós queremos evitar o pior e por isso temos que nos comprometer com eles e apresentar nossa posição”, acrescentou, afirmando que o país europeu busca identificar um “caminho a médio prazo para encontrar uma saída para o conflito”.

De acordo com a Presidência, este diálogo é crucial, à medida que a “China é o único país do mundo que pode conseguir um impacto mediado e radical no conflito, em uma direção ou outra”.

A visita de Macron tem o objetivo de retomar a relação entre os dois países após um longo período sem contato pessoal por conta da pandemia de covid-19, para além de um encontro marcado para novembro na Indonésia.

Paris considera que a China é um país “inevitável” em muitos desafios globais, como o combate às mudanças climáticas, e, no conflito na Ucrânia, é um ator que pode mudar o rumo da guerra.

O país mais populoso do mundo, que até o momento não condenou a invasão russa, se apresenta como um mediador neutro e apresentou no mês passado um plano com 12 pontos para uma resolução política do conflito, pedindo diálogo e defendendo a integridade territorial.

A França espera que o presidente chinês exerça sua “influência” sobre o seu homólogo russo, Vladimir Putin, com quem Xi se reuniu em Moscou há 10 dias, para que se chegue a uma saída negociada para os confrontos na Ucrânia.

Xi também receberá o presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre os dias 11 e 14 de abril para abordar as relações comerciais entre os dois países e também a guerra em solo ucraniano.

Fonte: Reuters