Economia
Quarta-feira, 3 de julho de 2024

Banco Central eleva projeção de crescimento do PIB para 1,2% em 2023

BC reiterou a mensagem da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) de que não hesitará em retomar ajustes na taxa básica de juros se necessário

Banco Central aumentou sua projeção de crescimento econômico em 2023 a 1,2%, contra patamar de 1% estimado em dezembro, informou o Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira (30).

Segundo o BC a melhora “moderada” na estimativa é fruto de surpresas positivas em componentes do setor de serviços em 2022, que ampliam o carregamento estatístico para este ano, além de prognósticos mais positivos para a indústria extrativa e os primeiros indicadores referentes ao início deste ano.

“Apesar da revisão, a projeção continua refletindo cenário prospectivo de desaceleração da atividade econômica em 2023, na comparação com os dois anos anteriores”, disse, após 2022 ter registrado um crescimento de 2,9%.

No documento, a autarquia ressaltou que o crescimento da atividade neste ano terá contribuição relevante do setor agropecuário, com variações modestas de indústria, serviços e consumo doméstico.

O Ministério da Fazenda, por sua vez, prevê expansão de 1,61% para o PIB este ano, enquanto o mercado, segundo a pesquisa Focus mais recente, estima que a economia crescerá 0,9% em 2023.

Em relação à política monetária, o BC reiterou a mensagem da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) de que não hesitará em retomar ajustes na taxa básica de juros se necessário. Atualmente a Selic está em 13,75% ao ano.

O BC também atualizou sua projeção para a inflação de 2025, com a estimativa para o IPCA ficando em 3,2%, acima do centro da meta de 3,0% e mais alta que a projeção de 2,8% feita em dezembro.

O documento repetiu as projeções já apresentadas pelo Copom para 2023 (5,8%, ante meta de 3,25%) e 2024 (3,6%, ante meta de 3,00%).

De acordo com o relatório, a probabilidade de a inflação romper o teto de 4,75% da meta deste ano saltou de 57% em dezembro para 83% agora.

“A inflação ao consumidor, assim como diversas medidas de inflação subjacente, segue acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação”, disse.

Expansão do crédito

O BC também prevê um crescimento do crédito no país de 7,6% este ano, ante estimativa de 8,3% feita em dezembro, em meio ao aperto monetário promovido para combater a inflação.

Agora, a expectativa é que o crédito às famílias suba 8,4% em 2023, contra expectativa anterior de 9,0%. Para as empresas, a alta foi calculada em 6,3%, ante 7,3% no último relatório.

Para o estoque de crédito livre, em que as taxas são pactuadas livremente entre bancos e tomadores, o BC projeta agora uma expansão de 7,1% (+8,6% antes). Para o crédito direcionado, que atende a parâmetros estabelecidos pelo governo, a perspectiva é de alta de 8,3% (+8,0% antes).

Transações correntes

A estimativa para o resultado das transações correntes neste ano foram melhoradas pelo BC, passando a ver um saldo negativo de US$ 32 bilhões, ante rombo de US$ 49 bilhões projetado em dezembro.

Em seu Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta quinta-feira, o BC manteve a perspectiva para os Investimentos Diretos no País (IDP) em US$ 75 bilhões em 2023.

Nas contas do BC, a balança comercial terá superávit de US$ 62 bilhões neste ano, ante estimativa anterior de saldo positivo de US$ 46 bilhões. A despesa líquida com viagens, por sua vez, foi estimada em US$ 11 bilhões, mesmo patamar da projeção de dezembro.

Fonte: CNN