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Quinta-feira, 25 de julho de 2024

BTG rebaixa cinco construtoras antevendo piora nas margens

Helbor, Mitre, Tecnisa, Trisul e Even passaram de compra para neutro; outras incorporadoras, como Cyrela e Eztec, tiveram redução de preço-alvo

O cenário parece mais desafiador para construtoras que atuam nos segmentos de média e alta renda, com pressões macroeconômicas e setoriais afetando o potencial desempenho das empresas do setor, diz o BTG Pactual. A combinação de maiores juros e redução de renda deve causar desaceleração nas vendas e aumento de estoques, resultando em deterioração de margens e lucros.

O BTG cortou as recomendações de Helbor, Mitre, Tecnisa, Trisul e Even de compra para neutro, ajustando também seus preços-alvos de R$ 7 para R$ 2,80, R$ 11 para R$ 5,50, R$ 7 para R$ 3,50, R$ 10 para R$ 5 e R$ 10 para R$ 6, respectivamente, afirmando que essas empresas devem sentir mais impacto do cenário atual.

Os analistas Gustavo Cambauva, Elvis Credendio e Bruno Tomazetto reduziram também os preços-alvos de Cyrela, EZTec, Lavvi e Melnick de R$ 27 para R$ 21, R$ 30 para R$ 21, R$ 10 para R$ 9 e R$ 7 para R$ 5, respectivamente, reiterando recomendação de compra para as quatro companhias, vendo maior resiliência e múltiplos atrativos nelas.

“Ficamos positivamente surpresos com a robustez do mercado imobiliário em 2022 (vendas quase recorde em São Paulo e preços subindo 5% no ano)”, comentam. No entanto, o bom desempenho dessas companhias contrastou com a deterioração nos indicadores macroeconômicos que devem se fazer sentir nos resultados deste ano.

Segundo o BTG, os estoques de apartamentos subiram para 71 mil unidades em São Paulo, principal mercado das construtoras de média e alta renda, o que é recorde, e os preços pararam de subir desde o segundo semestre. “As companhias devem reduzir lançamentos em meio a menor demanda e as margens operacionais devem sentir esse movimento.”

Fonte: Valor Pipeline