No Mundo
Sexta-feira, 26 de julho de 2024

China promete ‘abordagem humana’ da Covid e acelera relaxamento de restrições

Uma das principais autoridades da China responsáveis pelas diretrizes do combate à pandemia de coronavírus sinalizou nesta quinta-feira (1º) uma mudança no enfrentamento à crise sanitária.
Ainda é cedo para falar no fim da Covid zero, política restritiva que provocou a maior onda de desobediência civil da história recente do país, mas a vice-primeira-ministra Sun Chunlan prometeu uma “abordagem mais humana”.
Embora não tenha citado diretamente os protestos que se espalharam por grandes cidades chinesas, as falas de Sun foram vistas como uma resposta aos atos e o prenúncio de mais flexibilizações das regras de quarentena e isolamento que entidades como a OMS classificam de insustentáveis.
“O país está enfrentando uma nova situação e novas tarefas na prevenção e controle da epidemia, à medida que a patogenicidade do vírus ômicron enfraquece, mais pessoas são vacinadas e a experiência em conter o vírus é acumulada”, disse a vice-primeira-ministra, de acordo com a agência estatal Xinhua.
Sun também pediu mais esforços para otimizar as estratégias de combate à Covid, em especial a testagem obrigatória, os protocolos de isolamento em centros de quarentena e as campanhas de vacinação. Segundo ela, a China “sempre colocou a saúde e a segurança das pessoas em primeiro lugar e lidou efetivamente com as incertezas da Covid-19 com uma estratégia consistente e medidas flexíveis.”
A capital da província de Guangdong, Guangzhou, que foi palco de alguns dos maiores protestos nos últimos dias, abriu caminho para as mudanças, diminuindo as restrições e também permitindo que pessoas que tiveram contato com pacientes infectados fiquem em quarentena em casa, de acordo com o governo e a mídia locais.
A mesma medida deve se aplicar às cidades de Chongqing e Dongguan, também em Guangdong. Um distrito na cidade de Ordos, na província da Mongólia Interior, interrompeu temporariamente todos os testes de Covid nesta quinta-feira devido ao clima frio, com a mídia estatal dizendo que a mudança demonstra o lado humanitário do controle epidêmico.
Em Xangai, 24 distritos antes descritos como áreas de “alto risco” foram liberados de medidas de lockdown. O mesmo se deu em Gaungzhou, mas em 11 distritos. As duas megacidades, no entanto, vêm registrando aumento de casos de coronavírus.

Fonte: FolhaPress