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Terça-feira, 23 de julho de 2024

Empresa fatura R$ 15 milhões com recuperação de impostos indevidos e lança franquia

“A nossa premissa é ir até o cliente e falar: você poderia pagar menos tributosse fizesse de forma diferente.” É assim que o tributarista Tiago Coelho, 37 anos, explica o objetivo do Grupo FiscALL, uma empresa de cálculo de impostos e contabilidade, que nasceu em Jaraguá do Sul, no interior de Santa Catarina em 2009. A marca, que atualmente tem quatro unidades próprias, acaba de anunciar a expansão por meio de franquias.

Desde a fundação da companhia, Coelho contabiliza R$ 500 milhões em resgates de tributos pagos indevidamente – uma de suas principais bandeiras de divulgação. Para esse ano, ele projeta um crescimento entre 15% e 20%, chegando a R$ 15 milhões de faturamento.

O empreendedor iniciou sua carreira no mercado contábil em 2001, mas migrou para a área tributária no ano seguinte. Ele trabalhou em uma consultoria especializada até 2009, quando decidiu criar o próprio negócio. “Estava descontente com algumas práticas do mercado e resolvi fazer do meu jeito. Acabei comunicando para alguns amigos e empresas para os quais eu prestava serviço. Eles me deram retaguarda emocional e financeira para iniciar”, conta.

Coelho começou sozinho e aos poucos foi trazendo mais profissionais para compor o quadro do FiscALL. Ele conseguiu fazer o negócio se notabilizar na região de Santa Catarina com participações associativas e divulgação dos benefícios da consultoria para empresas. “Legislação tributária muda toda hora, muda todo dia, é difícil de acompanhar. As empresas começam a pagar impostos sem nem entender o que estão pagando.”

Entre 2017 e 2021, já capitalizado, Coelho fez quatro aquisições de escritórios locais, estendendo os braços da empresa e iniciando a oferta de serviços contábeis. Hoje, o FiscALL opera nas cidades de Jaraguá do Sul, São Bento do Sul, Rio Negrinho e Itajaí, com outros três sócios e mais de 100 pessoas no quadro de funcionários. Essa atuação multiunidade fez o empreendedor perceber que poderia chegar mais longe com a replicação do know-how que tinha. Assim, começou a olhar para o mercado de franquias. “A capacidade de atuação chega a um limite, mesmo com as aquisições. Criar e gerir unidades próprias é um negócio oneroso.”

Coelho conta que a motivação veio quando foi prospectado por uma consultoria do setor, que queria escalar a fintech da qual ele também é dono. O empresário, no entanto, viu uma oportunidade para o FiscALL. “Eu desenvolvi os processos de recuperação de impostos lá no início da empresa. Usamos até hoje, de forma aprimorada. Já temos o know-how e ele é replicável.”

A ideia é buscar escritórios de contabilidade e de advocacia que possam incorporar a metodologia da marca. O investimento inicial é a partir de R$ 50 mil, e pode variar de acordo com o modelo escolhido — são três estruturas: completa, híbrida e interna. A diferença é o grau de suporte que o franqueado vai ter. No formato completo, ele recebe uma base de clientes, captados de forma virtual, da própria franqueadora. No mais barato, o interno, é necessário formar uma equipe comercial própria. O piloto vem sendo testado em Itajaí.

Para 2023, o objetivo é ter 50 unidades franqueadas e atingir R$ 5 milhões em novas receitas. Em até cinco anos, Coelho pretende chegar a 200 unidades no Brasil. “Estamos unindo esforços para levarmos o Grupo FiscALL para todo o país. Buscamos empresas que estejam alinhadas com os nossos propósitos, sobretudo aquelas que têm como missão proporcionar soluções tributárias que aperfeiçoem a gestão e potencializem o resultado dos clientes”, afirma.

Apesar de ter começado sozinho, Coelho conta que o crescimento veio quando passou a trazer pessoas especializadas para ajudá-lo em outras áreas e que é isso que o motiva a crescer em rede. “É preciso ter empreendedores do seu lado que melhorem seu negócio. Se eu fosse o meu próprio departamento financeiro, teria quebrado o escritório lá no começo. Gosto de investir muito em marketing e divulgação, e precisava de alguém que me colocasse um freio.”

Fonte: Revista PEGN