Negócios
Domingo, 5 de maio de 2024

A inovação matou o negócio dele. Após mudar tudo, este empreendedor de SC vai faturar R$ 200 milhões

Diego Ramos é CEO da Teltec, empresa que nos anos 1990 instalava telefonia fixa no interior de SC. Ao apostar na cloud, negócio dobrou de tamanho na pandemia

O empreendedor catarinense Diego Ramos enxergou bem cedo a disrupção do mercado em que atuava. Com uma boa dose de disposição para mudar tudo, ele vem colhendo resultados impressionantes e que servem de inspiração.

Ramos é diretor-geral da Teltec, empresa de telecom fundada em Florianópolis no início dos anos 1990.

Os últimos dois anos foram excelentes para a companhia. O faturamento saltou de R$ 75 milhões em 2019 para R$ 184 milhões no ano passado.

“A meta para 2022 é ultrapassar os R$ 200 milhões”, diz Ramos.

O crescimento acelerado garantiu à Teltec a 9ª posição no ranking EXAME Negócios em Expansão, publicado em julho, na categoria das empresas com receita operacional líquida entre R$ 150 milhões e R$ 300 milhões.

Por trás dos números está uma aposta acertada na computação na nuvem, tecnologia responsável por manter milhões de outros negócios de pé nas fases mais críticas da pandemia e do isolamento social.

O que faz a Teltec

Um dos carros-chefe da Teltec é a consultoria para empresas sobre a adoção da cloud computing — a Teltec é uma das parceiras no Brasil das americanas Amazon e Microsoft, duas das maiores provedoras de infraestrutura de nuvem do mundo.

Na lista dos mais de 800 clientes estão o Ministério Público de Santa Catarina, Banco Semear, Editora do Brasil, além de universidades federais e institutos de ensino particular.

O início da operação, nos anos 1990, foi com o pai de Diego, o engenheiro elétrico Glauco Brites Ramos, então um funcionário público que largou a estabilidade do ofício para empreender ao ver uma demanda óbvia.

Na época, muitas cidades do interior de Santa Catarina tinham pouca ou nenhuma infraestrutura de telefonia fixa.

“Como meu pai entendia da montagem de antenas de transmissão e de cabos de fibra óptica, uma novidade na época, fizemos disso um negócio”, diz.

O cliente na ocasião, a estatal Telesc, foi privatizada em 1998, numa época em que a demanda pelo serviço da Teltec havia chegado perto do fim — 100% das cidades catarinenses já tinham alguma infraestrutura de telecomunicações na virada dos anos 2000.

Como o negócio mudou

O negócio original da Teltec ficou ainda obsoleto na década seguinte, com o investimento maciço das operadoras de telefonia em infra para redes fixas e de celular.

Ao mesmo tempo, pululavam os softwares para melhorar a gestão de partes de uma empresa. “Vimos na integração de tantas soluções de TI uma nova avenida de crescimento”, diz Ramos.

Nesse momento, o jeito foi investir pesado em mão de obra. “Apostamos em jovens engenheiros para reconstruir as áreas de atuação da empresa”, diz.

Atualmente, dos mais de 200 funcionários, boa parte tem essa formação.

A próxima virada da Teltec, na projeção de Ramos, é o 5G.

“Enxergamos no 5G um potencial incrível para fomentar ecossistemas inteiros de cidades inteligentes, porque acreditamos que o 5G vai destravar por completo a internet das coisas”, diz.

Em boa medida para suportar a nova demanda, a Teltec está abrindo escritórios em diversas capitais brasileiras.

Hoje, a empresa atua em todo o país a partir de escritórios em São Paulo, Brasília (DF) e Florianópolis.

Agora, está investindo R$ 5 milhões na abertura de escritórios em Recife, Belo Horizonte, Curitiba e Cuiabá.

Fonte: Exame