Negócios
Sexta-feira, 28 de junho de 2024

Ela criou um método para gestão de academias e fatura R$ 2 milhões

Luiza Castanho desenvolveu o serviço depois de perceber as dificuldades de empresas do setor por conta de falta de conhecimento em administração

Auxiliar as academias a melhorarem o negócio é o trabalho de Luiza Castanho, empreendedora de 48 anos. Depois de ver como as empresas do setor tinham dificuldades por conta da falta de conhecimento em administração, ela criou uma metodologia de gestão de academias chamada “Ao Infinito e Além”, em que oferece conteúdos gravados e aulas ao vivo com mentorias. Lançado em abril de 2021, o congresso UFire já teve três edições. Por ano, a empreendedora fatura R$ 2 milhões.

A fundadora da Consultoria Luiza Castanho começou sua trajetória profissional aos 18 anos, no Carrefour, como operadora de caixa. “Mas sempre fui uma pessoa muito interessada, com vontade de crescer. Conversava com pessoas de outros cargos, como gerentes e secretárias, e pedia que me ensinassem a fazer outras coisas”, afirma. “Sempre tive a sorte de ter pessoas do meu lado que me explicavam.”

Ter essa postura, ela acredita, foi o que a fez crescer rapidamente. Aos 27 anos, ela já trabalhava como diretora regional do grupo Casa Show, no Rio de Janeiro. “Na época, eram 12 lojas de material de construção que vendiam mais de R$ 20 milhões por mês”, afirma a empreendedora. Ao mesmo tempo, ela se sentia sozinha em questões de gênero. “Sempre estava cercada por muitos homens na liderança. Em um grupo de 12 gestores, era a única mulher”, afirma Castanho. Ela percebeu que seria mais difícil para ela, como mulher, crescer na carreira.

“Parece clichê, mas eu senti isso muito na pele. Eu tinha de ter um resultado dez vezes maior do que um homem para ser reconhecida”, afirma. “Ficou claro para mim que eu tinha chegado a um limite. Sempre prefeririam um homem mais velho, então eu levaria muitos anos para chegar a um cargo que almejava.”

Decidiu fundar uma empresa de consultoria para atender pequenas lojas de material de construção. “Meu papel era ajudar estes estabelecimentos a se tornarem home centers”, afirma. O maior case da empreendedora foi o Home Center Castelo Forte. “Hoje são cinco grandes lojas, mas começou como uma empresa bem pequena.”

Em 2012, um amigo comentou que a esposa trabalhava no RH de uma grande academia que estava em busca de um gerente. Perguntou se Castanho poderia ajudá-la durante o processo seletivo. “Ele me falou que a empresa estava quase quebrando. Fui para oferecer o serviço de consultoria”, afirma. “Acabei sendo contratada pela empresa para ficar um ano. No final, foram cinco anos em que acabei me apaixonando pelo segmento.”

A empreendedora conta que observou uma grande oportunidade, considerando o nível de amadorismo na gestão das empresas do setor. “Era um mercado muito novo, com menos 30 anos, em que a maioria dos profissionais eram formados em educação física, sem conhecimentos estratégicos de gestão. Geralmente começam em uma garagem ou lojinha pequena”, afirma. Quando se demitiu da academia em que trabalhava, em 2016, transformou a própria empresa em uma consultoria e se mudou para São Paulo. 

Durante a pandemia, teve de se adaptar. “No Brasil, as academias ficaram fechadas de quatro a oito meses. Foi um período importante para os empresários entenderem que, se não mudassem os negócios, teriam dificuldade em continuar vendendo”, diz Castanho, que assistiu como as marcas se adaptavam à imposição de limite de pessoas por conta do isolamento social.

“Isso coincidiu com um projeto que eu estava fazendo antes da pandemia, ensinando aos donos de academia que era mais vantajoso ter menos clientes que pagam uma mensalidade mais alta por um serviço melhor. Existem muitas academias de baixo custo, e a concorrência é muito grande”, afirma. “É possível entregar muito mais do que as academias tradicionais, ter uma fidelização maior e ganhar mais dinheiro.”

Foi justamente na pandemia que ela conseguiu alavancar o serviço. “Eram academias que faturavam R$ 1 milhão por ano e agora lucram mais do que esse mesmo valor anualmente”, conta. 

Ao mesmo tempo, a empreendedora ofereceu lives gratuitas para ensinar as pessoas a terem um negócio mais lucrativo — o que fez com que mais empresários quisessem o seu serviço de consultoria.

Em 2021, a empreendedora também se tornou sócia da B.House (anteriormente chamada de Black House, focada em crossfit), com a ideia de transformar a empresa em uma academia de luxo com equipamentos de alto padrão. A previsão é inaugurar a quarta unidade no início de 2023. “Geralmente, um box de crossfit convencional é inaugurado com R$ 300 mil. Nós estamos investindo R$ 3,5 milhões.”

Fonte: Revista PEGN