Destaques
Quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Dólar começa o dia em queda contra o real; inflação mundial segue forçando bancos a aumento de juros

O dólar abriu esta quinta-feira (19) em queda contra o real, alinhando-se a movimento internacional de recuperação de moedas de maior risco depois de uma forte onda de vendas na véspera, quando temores sobre inflação, aperto monetário e possível desaceleração econômica aumentaram a busca por segurança.
Às 9h06 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,53%, a R$ 4,9548 na venda.
Na B3, às 9h06 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,32%, a R$ 4,9705.
O dólar spot subiu 0,78%, a R$ 4,9813 na venda, na última sessão.
Neste pregão, o Banco Central fará leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de julho de 2022.
Na quarta-feira (18), o sentimento de maior cautela voltou a dar o tom nos mercados financeiros, com queda das Bolsas globais e nos preços das commodities. Riscos relacionados à inflação e ao crescimento da atividade econômica em escala global voltaram a pesar no humor dos investidores.
O S&P 500 marcou desvalorização de 4,04%, a maior queda diária desde junho de 2020. Já o Dow Jones cedeu 3,57%, enquanto o Nasdaq recuou 4,73%.
No Brasil, o Ibovespa encerrou o dia em baixa de 2,34%, aos 106.247 pontos, puxado para baixo pelas ações de commodities e dos grandes bancos. Foi a primeira queda após cinco sessões consecutivas de alta.
A maior aversão ao risco nesta quarta levou o dólar a ganhar força frente ao real.
Após ter fechado na sessão anterior com queda de 2,2%, a moeda americana retomou a tendência de alta e fechou na véspera cotada a R$ 4,9840, valorização de 0,87%. Na máxima do dia, a moeda chegou a encostar em R$ 5,001.
Analistas dizem que ainda não há um fim no horizonte para os desafios da Covid-19 na China, apesar da melhora da situação em Xangai que apoia o relaxamento das restrições, o que derrubou os preços das commodities e de ações de exportadoras na Bolsa local.
O Goldman Sachs reduziu nesta quarta a previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) da China 2022 para 4%, de 4,5%, como resultado dos danos à economia relacionados à Covid-19 no segundo trimestre deste ano.
Nos Estados Unidos, as ações da varejista Target despencaram 25%, a maior queda diária desde o crash de 1987, após a empresa afirmar que a alta de custos deve impactar seu lucro anual. A rede Walmart, cujas ações caíram 6,8% nesta quarta, também alegou motivos semelhantes para reduzir sua previsão de ganhos neste ano.
Preocupações sobre o crescimento econômico e o aumento da inflação azedaram o humor dos mercados, agravado pela disparada de 9% nos preços ao consumidor britânico e uma aceleração acima do esperado na alta de preços no Canadá.
A inflação britânica atingiu sua taxa anual mais elevada desde 1982, enquanto a inflação canadense subiu para 6,8% no mês passado. A inflação no Reino Unido é agora a mais alta entre as principais economias, mas os preços estão subindo rapidamente em todo o mundo, forçando bancos centrais a aumentar as taxas de juros apesar do potencial impacto sobre o crescimento, como sugerido por um declínio modesto na construção de casas nos Estados Unidos em abril.
Reflexo da maior cautela dos investidores nos últimos tempos, o saldo de tesouraria das administradoras de fundos internacionais subiu ao seu valor mais alto desde os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, segundo pesquisa do Bank of America.

Fonte: FolhaPress