Custo do crédito vem avançando em meio à alta dos juros básicos da economia; veja simulação feita pela Kzas Krédito a pedido da CNN
O financiamento é a única forma de comprar um imóvel para a maioria das pessoas. Esse caminho, porém, embute um custo extra que pode ser bastante salgado.
O custo do crédito vem avançando em meio à alta dos juros básicos da economia (Selic), que subiu pela nona vez seguida em abril, indo a 11,75% ao ano.
O oitavo avanço consecutivo da Selic puxou os juros médios do crédito imobiliário de taxas mínimas de cerca de 6% em meados de 2021 para cerca de 9% hoje.
Nesse cenário, um imóvel de R$ 700 mil, por exemplo, teria custo final de R$ 1,087 milhão, segundo simulação feita pela Kzas Krédito a pedido da CNN. Ou seja, o valor adicional seria de R$ 387 mil, considerando o que se paga de juros e seguro.
Os cálculos consideram uma entrada de R$ 250 mil, com taxa de 8,99% ao ano e um custo efetivo total de 9,71%.
Para quem tem um valor baixo de entrada, portanto, a recomendação de especialistas costuma ser esperar. Normalmente, a entrada mínima exigida pelos bancos em financiamentos imobiliário com prazo de 30 anos é de 20% do valor do imóvel —mas quanto maior, melhor. Quanto menor o valor financiado, menor o montante sobre o qual os juros vão incidir.
Mas apesar do aumento do custo do financiamento, Roberto Nascimento, cofundador da Kzas Krédito, diz que pode valer a pena entrar em um financiamento agora porque o mercado imobiliário está em desaceleração. “Tem imóvel em bom preço neste momento justamente porque com os juros altos a demanda cai e o comprador pode encontrar oportunidades”.
O Índice FipeZap, que acompanha o preço de imóveis à venda nas principais capitais do país, mostra que o valor médio dos imóveis subiu 6,10% em 12 meses até março, enquanto a expectativa para a inflação é de 10,69%.
Se de fato o comprador encontrar um imóvel a um preço vantajoso e fizer o financiamento agora, também existe a possibilidade de pedir portabilidade de crédito ou negociar taxas com o banco futuramente, caso os juros voltem a cair. A perspectiva de economistas é que a taxa Selic caia para cerca de 9% em 2023.
Nascimento ressalta, porém, que com os juros altos o valor de entrada exigido sobe também. “Uma pessoa que tem renda de R$ 10 mil, com a taxa de juros de 6%, conseguia financiar um valor maior antes. Agora, com a taxa em 11,75%, a entrada mínima de 20% sobe também, porque o valor final do financiamento aumenta”.
Fonte: CNN