Economia
Sexta-feira, 3 de maio de 2024

SuperSim capta US$ 5 milhões para dar crédito com celular em garantia

Fintech quer se tornar referência no mercado de empréstimos para classes C e D

Focada em microcrédito para classes C e D, a SuperSim acaba de captar US$ 5 milhões em uma rodada série A liderada pelo IDC Ventures. A transação acontece poucos meses após a startup levantar outros R$ 136 milhões por meio de um FIDC estruturado pela Milênio Capital e que atraiu investidores como Itaú, Verde Asset, Franklin Templeton e XP.

Com o aporte, a fintech quer acelerar o crescimento da carteira de crédito e desenvolver novas tecnologias. A meta é atingir 10% de market share no crédito non-prime — o que representa 1% de todo o mercado de crédito nacional. Para que isso seja possível, uma parte do investimento vai dar continuidade às contratações: desde março do ano passado, a equipe passou de 18 para 180 colaboradores.

“Nossa tese é de inclusão financeira do público de baixa renda, que ganha até dois salários. A ideia é abrir uma porta para o consumidor sub-bancarizado, que está à margem do sistema financeiro e não tem acesso a produtos de qualidade”, conta Daniel Shteyn, chairman da SuperSim. “Uma vez que ele demonstre sua capacidade de pagamento, ganha ainda mais possibilidades de financiamento junto a nossos parceiros”, complementa Antônio Brito, CEO e cofundador da fintech.

Além da operação direta, a fintech tem também uma operação B2B, para intermediação da carteira de clientes para outras fornecedoras de crédito, e uma outra modalidade corporativa em que entra como parceira de instituições que não são experientes em fazer a análise desse perfil de tomador.

Em operação desde 2019, a fintech oferece empréstimos entre R$ 250 e R$ 2,5 mil, com taxas de juros próximas às salgadas tarifas do rotativo dos principais cartões de crédito, entre 12% e 18% ao mês. Conforme o cliente prove sua capacidade de pagar, as tarifas reduzem proporcionalmente ao longo das parcelas. Desde que entrou no mercado, a startup já cresceu 10 vezes o volume de originação e, para o ano que vem, pretende multiplicar por mais cinco.

Para se proteger da inadimplência, a SuperSim usa o método de “cell phone blocker”, em que o tomador dá o celular em garantia e a fintech consegue bloquear algumas das principais funcionalidades do aparelho telefônico do devedor à distância, por meio de uma plataforma. A ideia surgiu da experiência dos executivos no mercado de crédito – Brito e Shteyn se conheceram quando trabalharam na Enova International, em Chicago. “Nosso nome não é por acaso, nascemos para dizer ‘sim’ a quem não está acostumado a ouvir isso”, diz Shteyn.

Fonte: Valor Pipeline