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Segunda-feira, 29 de abril de 2024

Ibovespa recua em sintonia com exterior, repercutindo dados de inflação e retirada de estímulos; dólar sobe

Commodities que operavam em alta mais cedo também inverteram sinal e operam no terreno negativo

Ibovespa opera em queda nos negócios desta sexta-feira (17) acompanhando o sentimento de aversão ao risco no mercado internacional. Em Nova York, é dia de evento quádruplo: vencimento de contrato de opções sobre índices, futuros de índices, opções sobre ações e futuros de ações. O dia também é de vencimento de opções na Bolsa brasileira. A conjunção de vencimentos promete trazer uma dose extra de volatilidade aos negócios, que também repercutem dados de inflação e as retiradas de estímulos pelos grandes Bancos Centrais.

Nesta madrugada, foi a vez do Banco Central do Japão anunciar que vai reduzir o financiamento emergencial da economia, adotado na pandemia. A autoridade monetária japonesa, porém, enfatizou que os juros vão continuar negativos, ainda que outros Bancos Centrais aumentem as taxas, sinalizando com uma postura ainda bastante flexível na comparação com outros BCs.

Na Europa, novos indicadores mostram que a inflação continua acelerando. Os preços ao produtor na Alemanha saltaram 19,2% em novembro na comparação anual, maior alta em 60 anos, impulsionados pelos custos de energia, que subiram quase 50%. O Banco Central Europeu (BCE) não deve subir juros no ano que vem, mas já anunciou que deve encerrar seu programa emergencial de compra de títulos até o próximo mês de março.

O primeiro grande Banco Central a subir juros desde o início da pandemia foi o BC da Inglaterra, que subiu a taxa de 0,10% para 0,25% ao ano, surpreendendo o mercado. Como os casos de infecção pela variante ômicron do coronavírus têm aumentando no Reino Unido, levando à novas restrições, os investidores não esperavam que o BC britânico adotasse uma postura mais hawkish desde já.

Tudo isso aconteceu depois que o Banco Central dos Estados Unidos (Federal Reserve) decidiu acelerar o ritmo da retirada de estímulos (tapering), reduzindo a compra de títulos públicos em US$ 30 bilhões por mês. A expectativa é que o programa de compra de ativos também seja encerrado em março de 2022. A partir daí, o Fed deve realizar três altas de juros só no ano que vem. As taxas, hoje, oscilam entre zero e 0,25% ao ano. Os Estados Unidos também têm registrado os maiores índices de inflação em décadas.

Aqui no Brasil, já em clima de recesso, a agenda de indicadores econômicos está esvaziada. A aversão ao risco no exterior joga contra a Bolsa brasileira, assim como a queda no preço das commodities, incluindo o minério de ferro, que inverteu sinal.

Fonte: InfoMoney