Política
Quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Bolsonaro volta a criticar STF e reclama de interferência em “orçamento secreto”

O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar, nesta terça-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) e reclamou da decisão liminar da ministra Rosa Weber que suspendeu o pagamento das emendas de relator, que ficaram conhecidas como “orçamento secreto”.

“Você vê o Supremo Tribunal Federal também, que cada vez mais o Supremo, na verdade, interfere em tudo. Teve interferência agora nessa história do orçamento secreto. Orçamento secreto publicado no Diário Oficial da União, mas tudo bem”, disse Bolsonaro em uma entrevista ao site bolsonarista Jornal da Cidade Online.

A ministra suspendeu por liminar, na semana passada, o pagamento das emendas de relator, que são recursos distribuídos livremente pelo Congresso aos parlamentares para envio a suas bases, sem informações claras sobre seu uso além da cidade para a qual a verba será enviada.

Integrantes da oposição denunciaram o uso do instrumento como forma de angariar votos para o governo aprovar projetos difíceis, como a PEC dos Precatórios.

A liminar de Rosa Weber está em julgamento no plenário virtual do STF. Até o momento, o resultado está em 4 votos a 0 a favor da posição da ministra.

Crítico contumaz do STF e seus ministros, Bolsonaro já fez ataques abertos aos ministros Alexandre de Moraes, que conduz os inquéritos sobre fake news e atos antidemocráticos, e Luís Roberto Barroso, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Nos últimos tempos, Bolsonaro tem diminuído o tom, mas na segunda-feira, em outra entrevista, dessa vez ao canal Jovem Pan News, também havia criticado Rosa Weber.

“É uma atrás da outra. A mesma Rosa Weber, há pouco tempo eu decidi zerar o imposto de importação de armas, ela achou que isso era injusto e vetou”, disse à Jovem Pan. “Acho que há um excesso de interferência do Judiciário no Executivo, há um excesso, realmente até quando quis indicar alguém para diretor-geral da PF houve a interferência, o Supremo age demais nessas questões.”

Fonte: Reuters