O diretor de política monetária também reiterou que o BC continua perseguindo o centro da meta de inflação para 2022, de 3,5%
O diretor de política monetária do Banco Central, Bruno Serra, afirmou que a autarquia irá elevar a Selic em mais de 1,5 ponto percentual se preciso na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em dezembro, conforme entrevista à Nikkei Asia publicada nesta segunda-feira.
“Se for necessário aumentar a taxa em mais de 150 pontos-base nós precisaremos fazer isso”, disse Serra na entrevista, que foi realizada na quinta-feira.
O diretor também reiterou que o BC continua perseguindo o centro da meta de inflação para 2022 –de 3,5%–, mensagem que o BC procurou enfatizar na ata do Copom.
Na ata, o BC revelou que um ajuste acima de 1,5 ponto chegou a ser discutido para a última decisão de política monetária, no fim de outubro, mas que a autoridade monetária acabou chegando à conclusão de que, com esse ritmo, mas considerando uma Selic terminal distinta, ainda seria possível levar a inflação à meta em 2022. Atualmente, a taxa básica está em 7,75% ao ano.
Às vésperas da votação na Câmara dos Deputados do segundo turno da PEC dos Precatórios, que abre espaço orçamentário em 2022 através de uma mudança na regra do teto de gastos, Serra disse à Nikkei Asia que os mercados estavam questionando “a estabilidade do nosso arcabouço desse limite ao financiamento que nos serviu muito bem desde 2016”.
Sobre o processo de comunicação conduzido pelo banco central norte-americano, o Federal Reserve, quanto à implementação de uma redução dos estímulos, Serra avaliou que a última decisão, sobre o início do “tapering”, foi muito antecipada, com os participantes do mercado tendo se preparado “muito bem”.
O diretor do BC disse ainda que países emergentes, incluindo o Brasil, não devem sofrer uma grande disrupção quando o Fed efetivamente começar a subir os juros.
Fonte: InfoMoney