Economia
Terça-feira, 23 de julho de 2024

Quase um unicórnio, Olist faz duas aquisições

Startup comprou a Tiny, dona de software de gestão forte em e-commerce, e a Vnda, plataforma que integra o varejo físico ao digital

O Olist — startup que ajuda lojistas a venderem nos marketplaces de Mercado Livre, B2W, Via Varejo e Amazon —, acaba de anunciar a aquisição das startups Tiny e Vnda, ampliando o leque de serviços e tecnologias oferecidas para os varejistas e posicionando a companhia rumo ao título de unicórnio.

As aquisições ocorrem seis meses após o Olist captar US$ 23 milhões com o Goldman Sachs, na extensão de uma rodada série B que totalizou US$ 80 milhões e também contou com a participação de investidores como Softbank, Valor Capital e Península Participações — veículo de investimentos de Abilio Diniz.

Ao contrário do Olist, as duas startups recém-adquiridas são bootstrapped, ou seja, cresceram sem o apoio de investidores. A Tiny que desenvolveu um software de gestão (ERP) forte em e-commerce e a Vnda é uma plataforma que conecta o varejo físico ao digital (algo crucial na pandemia), fazendo a integração com meios de pagamento, logística e softwares de gestão.

De imediato, o Olist vai aproveitar sua base de clientes — um número que Dalvi também mantém sigilo — para vender as soluções de Tiny e Vnda. “Mais de 50% dos clientes no Olist não possuem um ERP. Então, a gestão de estoques é uma bagunça e não conseguem centralizar e garantir que aquele estoque está correto”, diz Dalvi.

A expertise da Vnda com marcas nativas digitais, como a Yuool —a empresa de calçados inspirada na americana Allbirds foi para o mundo físico com a ajuda da startup comprada pelo Olist —, também é um trunfo para o time de Davi. “Boa parte dos nossos clientes nunca tinham vendido online antes do Olist e para eles faz sentido ter um e-commerce próprio.

Numa recente entrevista à Exame, os fundadores da Vnda (Gustavo Reis e Denis Osório) deram uma dimensão da startup. Pela plataforma, R$ 150 milhões foram transacionados no ano passado. A expectativa para 2021 era alcançar meio bilhão. A Vnda projetava R$ 3 bilhões até 2024.

Para tocar as duas startups, os fundadores seguirão com o Olist. Na Tiny, o negócio é liderado por Rogério Tessari. A estratégia da startup fundada por Dalvi também prevê a continuidade da rápida expansão orgânica, o que inclui a intentar nacionalização. O Olist estreou recentemente no México.

Entre as diferentes verticais do Olist estão o Shops, uma ferramenta com mais de 200 mil clientes e presença internacional que ajuda lojistas a montar uma loja virtual própria em poucos minutos. O Olist Store, no entanto, é a vertical que tornou a startup conhecida entre os investidores. O produto conecta os lojistas aos marketplaces, ajuda os vendedores a aparecer em melhor posição nas buscas e também otimiza os estoques.

Aos poucos, o Olist vai montando um ecossistema para atender os lojistas de ponta a ponta, ajudando a digitalizar o varejo — a penetração digital é apenas de 9%, o que indica o potencial de crescimento. Antes de Tiny e Vnda, a startup também adquiriu PAX (de logística) e Clickspace.

“Para quem quem quer se digitalizar, há muitas opções, mas fragmentadas. O que estamos construindo é um ecossistema de soluções integrado para facilitar ainda mais a vida desse lojista que já é complexa”, resume.

Fonte: Pipeline Valor/Luiz Henrique