Redução está associada às dificuldades para obtenção de insumos e matérias-primas. E a renda dos trabalhadores e o rendimento médio real foram corroídos pela inflação
Os Indicadores Industriais, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostram que o faturamento da indústria de transformação e as horas trabalhadas na produção mantiveram suas trajetórias de queda, com retração acumulada de 6,4% e 4,7% de janeiro a agosto deste ano, respectivamente. Apesar disso, a utilização da capacidade instalada continua elevada, acima de 80%. Esse é o sexto mês em que isso ocorre, algo observado pela última vez em 2014.
De acordo com economista da CNI Maria Carolina Marques, as quedas no faturamento e nas horas trabalhadas ainda refletem os efeitos da pandemia de Covid-19 na interrupção das cadeias produtivas.
“Os diversos setores da indústria de transformação ainda têm dificuldade para obter insumos e matérias-primas, tanto pela falta quanto pelo custo mais elevado. Além disso, a falta de um componente tem efeitos indiretos na produção de outros produtos. Um exemplo é a falta de microchips para indústria automotiva. Quando essa fábrica para, ela para de adquirir aço, plástico, tecido, o que provoca um efeito dominó que afeta vários outros setores da indústria de transformação”, explica Maria Carolina.
O emprego, que apresenta crescimentos mensais desde agosto de 2020, registrou crescimento de 0,1% em agosto de 2021, na comparação com julho. O crescimento acumulado de janeiro a agosto de 2021 é de 3,8%. A alta do emprego, associada à queda do rendimento médio real, resulta em pequena expansão da massa salarial real. No ano, o crescimento acumulado é de 0,7%.