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Quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Contas do governo têm superávit de R$ 16,5 bilhões em abril, maior para o mês em sete anos

As contas do governo registraram um superávit primário de R$ 16,492 bilhões em abril, informou nesta quinta-feira (27) a Secretaria do Tesouro Nacional.

O superávit primário ocorre quando as receitas com tributos e impostos superam as despesas. Nessa conta não são considerados os gastos do governo com o pagamento de juros da dívida pública.

Segundo dados oficiais, o resultado de abril deste ano foi melhor para esse mês em sete anos, ou seja, desde 2014, quando foi registrado um saldo positivo de R$ 23,436 bilhões (valor corrigido pela inflação).

Em abril do ano passado, com a perda de arrecadação decorrente da primeira onda da Covid-19, junto com os gastos emergenciais, as contas do governo registraram um rombo de quase R$ 93 bilhões.

O bom resultado das contas públicas, em abril deste ano, está relacionado com uma arrecadação recorde de impostos, apesar dos efeitos da segunda onda da Covid-19 na economia.

Além disso, como o Orçamento de 2021 foi sancionado somente no fim de abril, os gastos públicos ainda estavam contidos — as regras limitam as despesas até a sanção da peça orçamentária.

Parcial do ano e meta fiscal

No acumulado dos quatro primeiros meses deste ano, ainda segundo informações do Tesouro Nacional, as contas do governo apresentaram um superávit primário de R$ 41,002 bilhões.

No mesmo período do ano passado, foi registrado resultado negativo de R$ 95,857 bilhões.

Esse foi o melhor resultado para este período em nove anos, ou seja, desde 2012, quando o saldo positivo somou R$ 73,226 bilhões (valor corrigido pela inflação).

Além do aumento da arrecadação nos quatro primeiros meses do ano, e da contenção de gastos pelo governo necessária devido à demora na aprovação do Orçamento deste ano, as despesas emergenciais com a pandemia ainda não tinham representado volume expressivo.

Dos R$ 95,2 bilhões já aprovados para este ano, R$ 20,5 bilhões haviam sido pagos até o final do mês de abril.

Para o ano de 2021, o governo está autorizado a registrar déficit primário de até R$ 247,118 bilhões. Entretanto, despesas extraordinárias com a pandemia do coronavírus, nas áreas de saúde e auxílio emergencial, entre outras, estão fora do objetivo fiscal.

Na semana passada, o Ministério da Economia revisou de R$ 286,011 bilhões para R$ 187,7 bilhões a previsão para o rombo nas contas do governo neste ano. O valor consta do relatório de avaliação das receitas e despesas.

Atividade econômica

Mais cedo nesta quinta-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que as instituições financeiras estão revendo para cima suas estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, o que favorece a arrecadação de tributos.

Segundo ele, “muita gente” está passando a prever uma alta acima de 4% em 2021. Na semana passada, os bancos haviam previsto um crescimento de 3,52% para este ano.

O Tesouro Nacional, por sua vez, avaliou que podem ser observados “efeitos positivos da atividade econômica mais forte” sobre o resultado das contas do governo.

A instituição informou, também, que a manutenção da recuperação econômica requer a “continuidade do protocolo adotado pela política fiscal em 2020 e em 2021, com as medidas emergenciais sendo tratadas como exceções por meio de cláusulas de escape das regras fiscais e as despesas permanentes respeitando as regras fiscais compatíveis com o período de normalidade”. https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

“Essa estratégia garantiu o controle das expectativas sobre a solvência das contas públicas brasileiras num momento de muita turbulência. A consolidação fiscal e a confiança dos agentes econômicos são fundamentais para manter a recuperação econômica em curso e para construir as condições necessárias para uma economia vigorosa no período pós-pandemia”, concluiu.

Antecipação do superávit

Na avaliação do secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, é possível o governo registrar superávit primário em 2024 ou 2025.

O prazo é melhor do que o previsto no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2022, enviado pelo governo ao Congresso em 15 de abril. Na ocasião, o governo estimou ser possível ter superávit somente em 2026 ou 2027.

“A gente tinha uma estimativa no PLDO, de fato, de alcançar [o superávit] em 2026 ou 2027, mas de lá para cá tivemos revisões, e temos uma perspectiva de alcançar mais cedo”, comentou Bittencourt.

“O que mudou foram as variáveis macroeconômicas, estamos prevendo mais crescimento, outro patamar de câmbio e dos índices de preço, tudo isso afeta as variáveis, de modo que, mantendo as nossas premissas de cumprimento das regras fiscais, conseguimos alcançar o superávit mais perto de 2024, 2025”, complementou.

Fonte: G1