Cultura
Terça-feira, 7 de maio de 2024

Gravadora americana que lançou Johnny Cash vende todo o seu catálogo musical

BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – O selo americano Sun Records, responsável por lançar as primeiras gravações de gigantes como Elvis Presley, Johnny Cash e Jerry Lee Lewis, vendeu todo o seu catálogo para a empresa independente Primary Wave Music.
O acordo, anunciado na última quinta-feira (28), inclui todas as músicas produzidas pela Sun -com exceção das canções de Elvis, que são de propriedade da Sony-, além de direitos autorais de algumas composições.
No total, cerca de seis mil gravações foram negociadas, incluindo clássicos como “Folsom Prison Blues” e “I Walk the Line”, de Johnny Cash, e “Great Balls of Fire” de Jerry Lee Lewis.
Além das músicas, a Primary Wave Music, empresa de música independente de Nova York, adquiriu outros ativos do selo, como logotipo, marca e empresas do grupo. O preço total do acordo não foi divulgado, mas é estimado em cerca de US$ 30 milhões, algo em torno de R$ 163 milhões.
Na década de 1950, a Sun Records se tornou uma das grandes potências da música americana, ajudando a revelar os astros que cimentaram o caminho do rockabilly e do rock ‘n’ roll. Até mesmo seu rótulo amarelo com um galo cantando se tornou parte da iconografia do rock.
Agora, a Sun entra para a crescente lista de empresas e artistas que venderam os direitos de suas composições, no que se tornou a corrida do ouro da indústria fonográfica.
Com o streaming se estabelecendo como a principal via de consumo musical, hits antigos passaram a ser mais valorizados, o que faz da venda de direitos autorais um negócio bastante lucrativo. Só nos últimos meses, nomes como Bob Dylan, Shakira e Neil Young negociaram seus catálogos com empresas.
Em entrevista ao New York Times, John Singleton, que se tornou presidente da Sun após a morte de seu irmão Sam Phillips, fundador da gravadora, disse que vendeu a empresa por não ter um sucessor na família para conduzir o negócio após sua morte.
Apontando para o cenário fumegante do mercado de catálogos musicais, ele também disse ter tomado a decisão no momento certo. “É uma daquelas bolhas que podem eventualmente estourar. Então pensamos, bem, vamos entrar antes que isso aconteça”, afirmou Singleton, que vai continuar no negócio como consultor.