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Segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Argentina chora a perda de seu ídolo Diego Maradona

SYLVIA COLOMBO
BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – Expectativa, incredulidade e cabeças baixas. Assim estavam os fãs de Maradona que se aglomeravam diante da porta do condomínio no departamento de Tigre, onde o ex-jogador estava morando desde que recebeu alta após a operação realizada para retirar um hematoma no cérebro.
Sua morte foi confirmada no início da tarde desta quarta-feira (25) por seu advogado, após o jornal argentino Clarín divulgar a informação. Ele tinha 60 anos.
Maradona foi vítima de uma parada cardiorrespiratória em casa. Ele se recuperava de uma cirurgia na cabeça.
O ídolo argentino foi internado em Buenos Aires no começo do mês. O ex-jogador passou por uma cirurgia de emergência para um hematoma subdural, um coágulo de sangue no cérebro. O hematoma do lado esquerdo da cabeça teria se formado por causa de uma queda do banco do Gimnasia, clube do qual era treinador, ou praticando boxe, um de seus passatempos recentes.
Durante a recuperação, Maradona também foi sedado por médicos para ajudá-lo a lidar com sintomas de abstinência. Ele deixou o hospital no dia 11 e se recuperava em seu condomínio.
Nesta quarta, a entrada do local foi bloqueada por três viaturas policiais e oficiais em linha, que só deixavam entrar os moradores. Uma delas, que passou se exercitando, contou aos jornalistas que havia duas ambulâncias no lado de dentro, diante da casa que o jogador ocupava.
“Vim para ver se conseguimos fazer um aceno, quando o corpo passar”, diz Manoel Sampedro, 34, com o filho. Ambos estavam com a camiseta da seleção argentina. “A partir da nossa geração, Diego será uma lembrança, uma referência da Argentina no mundo”, afirmou.
Paulina Cerquera, 46, que mora perto dali, lamentou que não tenha visto Maradona pela região nas últimas semanas. “Ele estava aqui do nosso lado e não viemos homenageá-lo em vida. Creio que a Diego faltou carinho. Estava acompanhado de oportunistas, as pessoas não cuidavam dele, deixaram que bebesse, que consumisse drogas. Os familiares viviam brigando. É uma pena. Um ídolo para todos os argentinos.”
O promotor John Broyard saiu do condomínio às 17h para falar com a imprensa.
No mesmo momento, por outra porta, saiu o carro funerário levando o corpo de Maradona escoltado por policiais em motocicletas.
“Informamos que Maradona morreu por volta do meio-dia. A polícia científica chegou às 16h e realizou seu trabalho. Não foram encontrados sinais de violência, porém, o corpo será levado para uma autópsia no necrotério de San Fernando (região metropolitana de Buenos Aires). Apenas depois desse procedimento, será liberado para o velório”.
A cerimônia na Casa Rosada está marcada para começar na manhã desta quinta (26), aberta ao público. A morte do ídolo foi lamentada por esportistas, políticos e celebridades do mundo inteiro