Internacional
Domingo, 12 de maio de 2024

Opositor se distancia de Guaidó e manda recado aos que boicotam eleição na Venezuela

SYLVIA COLOMBO
BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – O líder opositor Henrique Capriles, principal rival de Hugo Chávez e Nicolás Maduro nas eleições de 2012, usou as redes sociais nesta quarta-feira (2) para convocar o país a “lutar e a mobilizar-se” contra a ditadura na Venezuela.
“Se Maduro quiser tirar algo de nós, vai ter de nos arrebatar e vai custar caro para ele”, disse, em tom confrontativo.
Desse modo, Capriles se distanciou do líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, e justificou seu diálogo com o chanceler turco, Mevlut Cavusoglu, que anunciou que parte da oposição está negociando com Maduro para participar das próximas eleições legislativas, em dezembro.
O opositor também chamou para si a responsabilidade de ter conseguido o indulto para os 110 presos políticos liberados nesta semana. “Foram minhas gestões pessoais que fizeram possível a libertação dos presos políticos.”
Em claro recado aos oposicionistas que pretendem se abster da eleição –caso dos principais partidos que compõem o G4 (de apoio a Guaidó)–, Capriles disse que “sempre será melhor jogar pela democracia”.
Guaidó, entre outras iniciativas, propôs realizar uma consulta popular, para tentar manter a atual Assembleia Nacional, de maioria opositora, em seu cargo após o fim de seu mandato.
Capriles também anunciou que seu apoio a ele teria chegado ao fim. “O plano se esgotou.”
Ele respondeu ainda ao chamado por uma unidade na oposição. “Unidade para quê? A unidade por nada não é nada. Nos apresentaram uma rota, mas não nos explicaram os erros”, afirmou, referindo-se ao levante organizado por Guaidó e Leopoldo López, em abril de 2019, que acabou fracassando. “Nunca nos deram uma explicação.”
“O tempo se acabou”, disse. Dirigindo-se diretamente ao líder da Assembleia Nacional, por quem disse ter “grande admiração”, afirmou: “Não vou ficar de braços cruzados”.
O opositor lembrou ainda que, em 2013, quando disputou contra Maduro, “ninguém queria aceitar uma candidatura”. “Queriam que eu fosse sozinho e me queimasse. Não podemos deixar que a população fique, de novo, sem opções”, afirmou.