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Segunda-feira, 14 de outubro de 2024

PIB dos países desenvolvidos tem queda de 9,8% no 2º tri

ANA ESTELA DE SOUSA PINTO
BRUXELAS, BÉLGICA (FOLHAPRESS) – As medidas para reduzir o contágio pelo novo coronavírus provocaram no 2º trimestre uma queda inédita no PIB dos 36 países membros da OCDE (a Colômbia se tornou a 37ª a ingressar no grupo em abril).
De abril (mês em que a Europa viveu o pico de Covid-19) a junho, o Produto Interno Bruto dos países caiu 9,8% em relação ao trimestre anterior, segundo dados divulgados nesta quarta (26).
Até então, o maior recuo trimestral nos países da organização havia sido de 2,3%, no primeiro trimestre de 2009, quando o hemisfério norte vivia o auge da crise financeira global.
A queda foi maior, de 10,8%, entre as sete principais economias da OCDE (EUA, Reino Unido, Alemanha, França, Japão, Canadá e Itália), e chegou a 20,4% na economia britânica.
Nos Estados Unidos, onde a epidemia de Covid-19 chegou mais tarde do que na Europa, a queda do PIB no segundo semestre foi de 9,5%, uma piora significativa em relação aos -1,3% do primeiro trimestre.
As restrições de mobilidade começaram a crescer em estados americanos a partir do final de março.
Já o Japão apresentou a menor queda entre as sete maiores economias da OCDE: 7,8%. O país entrou antes na pandemia e adotou um programa de testes e vigilância para aplicar restrições localizadas, em vez de confinamentos amplos.
Entre os 27 países da União Europeia, a queda do PIB foi de 11,7% no segundo trimestre, em relação ao trimestre anterior. Nos 19 países que usam o euro como moeda, foi ligeiramente maior: -12,1%.
Em comparação com o segundo trimestre de 2019, o PIB dos 36 países da OCDE recuou 10,9%, uma queda expressiva em relação à marca de -0,9% registrada no primeiro trimestre (em comparação com mesmo período do ano anterior).
Também nessa medida o tombo mais acentuado foi registrado pelo Reino Unido (-21,7%). Entre as sete maiores economias, a que registrou menor queda na comparação ano a ano foi a dos Estados Unidos: -9,5%.
A OCDE ressalva que, por causa das restrições para conter a disseminação do coronavírus, pode ter havido falha na coleta e compilação de dados.
Segundo o órgão, foram adotadas mudanças conceituais e práticas para evitar que os indicadores fossem muito afetados.
“No entanto, em alguns casos, haverá inevitavelmente um impacto na qualidade, e as estatísticas incluídas neste relatório podem estar sujeitas a revisões maiores e mais frequentes do que o normal”, afirma a entidade.