IARA LEMOS
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Em uma semana de derrota para o governo no Senado, o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), perdeu um pouco do apoio do Palácio do Planalto à sua reeleição ao cargo.
Para além das questões jurídicas, Alcolumbre precisa recuperar o prestígio construído com o governo ao longo de meses para não perder musculatura na disputa. Ele vem tentando se firmar como a opção de Jair Bolsonaro (sem partido) e se manter à frente da Casa.
Na semana passada, a derrubada no Senado do veto que impedia reajuste de salários para servidores implodiu a relação do governo com sua base na Casa e deixou o Planalto em alerta com Alcolumbre.
Novos nomes já surgem fortes e próximos do Palácio para a disputa ao comando da Casa. O principal é Márcio Bittar (MDB-AC), relator da proposta orçamentária. Sua proximidade com o ministro da Economia, Paulo Guedes, ajuda.
Validador do voto dos parlamentares no projeto que prevê ajuda de R$ 125 bilhões aos estados e municípios, que teve o trecho que impedia reajustes vetado por Bolsonaro, Alcolumbre evitou indisposição com os pares diante de uma iminente necessidade de votos para a eleição.
Ele se ausentou na sessão que derrubou o veto, deixando o governo e Paulo Guedes nas mãos do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A Câmara reverteu a situação e manteve o veto.
Estremecendo mais a relação, Alcolumbre assinou requerimento para que Guedes preste explicações ao Senado por classificar de “crime contra o país” a decisão do Senado. Procurado, o presidente do Senado não se manifestou.
“Graças à articulação na Câmara, o governo conseguiu reverter. É claro que [a derrubada do veto] abala a situação do Davi”, disse o vice-líder do governo no Senado, Chico Rodrigues (DEM-RR).
Segundo Rodrigues, a letargia de Alcolumbre causou estranheza no palácio. Mas não foi surpresa o voto de Márcio Bittar pela manutenção do veto. Ele também atuou por voto em favor do governo junto aos colegas. Foi aí que a possível candidatura de Bittar à Casa, que já era cotada, ganhou força.
“Em política não existe vácuo. Tem de haver os interessados, e têm de estarem alinhados com seus companheiros. Se houver esse vácuo, o Márcio Bittar é um nome forte”, disse o vice-líder.
Relator da proposta orçamentária, Bittar tem se reunido com frequência com Guedes em Brasília e já avisou que o Orçamento será definido de acordo com a crise econômica provocada pela pandemia.
“A crise é real e inevitável. É natural que o governo queira fazer o Orçamento mais parecido com ele e é natural que o Legislativo queira colocar sua digital. Mas temos o menor Orçamento dos últimos tempos. Tem de ter muita calma e equilíbrio”, disse.
Alcolumbre também precisa enfrentar questões jurídicas para se manter na disputa. E o Palácio não quer ficar à mercê de decisão judicial sem que haja novas peças colocadas no tabuleiro eleitoral.
A Constituição veda a reeleição na mesma legislatura. Mas ele trabalha com a opção de aprovar uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que permitiria isso e beneficiaria também Rodrigo Maia.
Política
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