FecomercioSP, Fiesp, Cushman & Wakefield e OMS divulgaram recomendações que podem ajudar o empresário a se organizar
Por Giovanna Sutto, Allan Gavioli
SÃO PAULO – A crise gerada pela pandemia do novo coronavírus impactou as atividades de empresas de diversos setores da economia. Com o isolamento social adotado em grande parte do país, o mercado corporativo aderiu em peso ao home office, muitas varejistas ficaram fechadas e serviços foram suspensos.
Mas agora os estados começam a retirar as restrições e articular a retomada do comércio e dos serviços não essenciais. Assim, fábricas, lojas e escritórios iniciam um novo e complexo processo: como planejar a retomada dos negócios em meio à pandemia? Quais protocolos seguir?
Cenário
Guilherme Dietze, assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), diz que a incerteza é um dos fatores que mais atrapalham a retomada dos negócios. “Ninguém sabe muito bem como vai ser a volta. Causa insegurança. O empresário fica receoso de abrir e depois ter que fechar novamente e não tem uma definição de como será o processo de retomada”, afirma.
Para ele, o pior para as empresas já passou, e agora é preciso analisar e tomar cuidado ao reabrir os negócios. “O cenário é devastador, mas temos uma noção real do que está acontecendo. É preferível um cenário negativo, do que incerto, porque a partir disso é possível montar um planejamento e tentar voltar ao trabalho de maneira mais segura”, diz.
Ainda que do ponto de vista econômico empresários já enxerguem uma luz no fim do túnel, do ponto de vista sanitário ainda não se sabe quando a crise vai chegar ao fim. Segundo o último balanço do Ministério da Saúde, divulgado nesta terça-feira (09), o Brasil registrou 1.272 mortes por Covid-19 e 32.091 novos casos da doença em 24 horas. No total, a doença já deixou 38.406 vítimas no país e infectou 739.503 brasileiros.
Como retomar?
Em entrevista ao The New York Times (NYT), Preeti Malani, especialista em doenças infecciosas e chefe de saúde da Universidade de Michigan, afirma que é muito difícil estruturar um plano único de reabertura universal, já que as particularidades de cada setor ou de cada região devem ser levadas em consideração. “Reabrir é muito complicado. Não há modelo, nem manual”, diz.
Não existe um manual pronto, mas na ausência de uma diretriz geral, recomendações de entidades podem ajudar. O InfoMoney mostra a seguir seis dicas que resumem as principais orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de associações e empresas como a FecomercioSP, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a consultoria imobiliária Cushman&Wakefield.
Mantenha o distanciamento social
Por mais que a retomada comece a acontecer, o distanciamento social é muito importante para mitigar o avanço da doença no ambiente da empresa, o que inclui redução de contato físico, e espaços maiores entre os postos de trabalho no escritório ou em lojas.
Segundo Muge Cevik, médico especialista em doenças infecciosas e virologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Saint Andrews, na Escócia, quanto mais longa a conversa e maior a proximidade física entre os participantes, maior o risco de o vírus se espalhar se uma pessoa estiver infectada. “Qualquer conversa cara a cara de 15 minutos entre pessoas que estão a um metro e meio de distância constitui um contato próximo”, disse em entrevista ao NYT.