Produtores artesanais, em sua maioria sem a infraestrutura comum às grandes indústrias, têm buscado alternativas para escoar a produção durante a pandemia de COVID-19. Com pontos de venda fechados ou sob restrições de funcionamento, a venda direta aos consumidores finais se revelou a melhor alternativa para escoar os estoques e garantir a sobrevivência dos negócios.
Com 40 anos de experiência na criação de queijos especiais, a produtora Heloísa Collins percebeu a necessidade de mudar rapidamente o modelo de negócios. Essas alterações, que envolveram logística, comunicação e até mesmo a produção de alguns itens, foram implantadas em poucos dias, o que foi importante para interromper a queda na comercialização e manter as vendas em um patamar aceitável.
Tendo equacionado o problema, Heloísa decidiu colocar a plataforma do Capril do Bosque, fazenda onde são criados alguns dos melhores queijos do mundo, a disposição de um grupo de artesãos da região, cuja qualidade a própria mestre-queijeira atesta, e criaram a Cesta de Produtores Artesanais da Mantiqueira. O combo inclui queijos de vaca, cabra e ovelha, embutidos, cafés, geleias, meles e doces, oferecidos em sistema rotativo. A cesta de estreia está sendo vendida a R$ 255 e o prazo de entrega é de até sete dias a partir da data de compra.
Eugênio Basile, da Mbee Mel, integrante deste grupo inicial, afirma que para os produtores artesanais que fornecem para bares e restaurantes, a pandemia impactou em 70% o faturamento e que os 30% restantes só foram mantidos porque passaram a entregar para o cliente final. “A cesta funcionou muito bem e as vendas online aumentaram muito. Esse sufoco que estamos passando talvez traga um ensinamento importante: os pequenos juntos são muito mais fortes”, conclui.
De acordo com Heloísa, a iniciativa já é um sucesso e mais da metade do lote inicial de 100 cestas já foi comercializado. “Os produtos artesanais da Mantiqueira são muito bons e a Capril do Bosque fica contente de poder apoiá-los e estamos seguros de ter feito escolhas adequadas. Os produtores são extremamente compromissados, precisam ser valorizados e apoiados para encontrar novos canais de comercialização”, ressalta a mestre-queijeira.
Fonte: Portal do Governo