Internacional
Sábado, 18 de maio de 2024

Air France prepara plano para 8.300 demissões voluntárias

Cerca de 90.000 funcionários do setor aéreo foram demitidos na Europa por conta da crise

Por Bloomberg Brasil

(Bloomberg) – A Air France prepara um programa de demissões voluntárias para cortar 8.300 empregos em uma tentativa de reduzir custos sem provocar uma reação política, depois de receber um auxílio de 7 bilhões de euros (US$ 7,9 bilhões) do governo francês, incluindo empréstimos diretos e financiamento comercial garantido pelo Estado.

A unidade da Air France-KLM mira a demissão voluntária de cerca de 300 pilotos, 2.000 tripulantes de cabine e 6.000 funcionários em terra, segundo fontes da Bloomberg que pediram para não serem identificadas porque os planos ainda não são públicos.

Os cortes podem afetar cerca de 17% dos trabalhadores, embora isso possa mudar após negociações sindicais e administrativas, disseram.Para receber ajuda do governo francês, a unidade aérea francesa, que emprega 46.000 pessoas, concordou em reduzir em 40% a capacidade doméstica até o final do próximo ano e diminuir as emissões de carbono.

Uma porta-voz da empresa, com sede em Paris, não quis comentar as especulações.

A segunda maior companhia aérea da Europa está se preparando para divulgar o plano nas próximas semanas, como parte de uma revisão estratégica determinada pelo CEO, Ben Smith. Os cortes intensificam ainda mais as tensões no setor.

A British Airways gerou uma tempestade política ao sinalizar que fecharia 12.000 postos de trabalho, enquanto a Lufthansa pode ter 22.000 funcionários excedentes à medida que diminui suas operações.

Os cortes atingem a indústria de modo geral. A Fraport, proprietária do aeroporto de Frankfurt, planeja fechar até 4.000 postos de trabalho pelas perdas causadas em decorrência da pandemia. O CEO Stefan Schulte disse que as negociações com os sindicatos começarão em breve.

TUI AG, a maior agência de viagens da Europa, também anunciou planos para demitir cerca de 580 funcionários na França, o que corresponde a 60% da sua força total de trabalho. As principais companhias aéreas, aeroportos e agências de viagens da Europa cortaram até agora cerca de 90.000 postos de trabalho.