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Quarta-feira, 24 de julho de 2024

Lucro do Banco Inter supera R$ 100 milhões pela 1ª vez: “Vamos continuar crescendo”, diz VP

O Banco Inter alcançou um novo recorde de lucro no terceiro trimestre, conforme anunciado nesta segunda-feira. O resultado final atingiu R$ 104 milhões, em contraste com um prejuízo líquido de R$ 29,6 milhões no mesmo período do ano anterior. Isso representa um notável avanço, mesmo em comparação com o trimestre anterior, quando o lucro líquido do Inter foi de R$ 64 milhões.

Esses resultados crescentes fazem parte de uma nova fase do Banco Inter, conforme explicou Alexandre Riccio, vice-presidente da instituição. Ele destacou a ênfase na lucratividade a partir de 2022, após uma fase inicial focada no crescimento. Riccio afirmou em uma entrevista à Exame Invest que esse ajuste não produz resultados imediatos, mas tem sido bem-sucedido. O retorno sobre o capital (ROE) do Inter atingiu 5,7%, o mais alto de sua história, e a meta é chegar a 30% até 2027.

No último trimestre, o Banco Inter adicionou 1,6 milhão de novos usuários à sua plataforma, totalizando 29,4 milhões de clientes. A meta para 2027 é atingir 60 milhões. Para monetizar essa base de clientes, o Banco Inter adotou estratégias para mantê-los ativos em sua plataforma.

A taxa de ativação das contas do Banco Inter encerrou setembro em 52,7%, mas a tendência é que esse percentual aumente ao longo do tempo, considerando o dinamismo do último trimestre. Cerca de 62,5% dos 1,6 milhão de novos clientes se tornaram ativos.

Uma das estratégias para manter os clientes ativos na plataforma foi reduzir o tempo entre a abertura da conta e a disponibilização de crédito. Agora, os clientes descobrem seu limite de crédito imediatamente após a abertura da conta, em comparação com as 36 horas anteriores.

Outra estratégia crucial para melhorar a taxa de ativação foi a criação do programa de milhas Loop. Além disso, o Banco Inter oferece milhas para clientes que usam seu cartão de crédito e conta corrente, mas ainda permite o cashback como opção para resgatar pontos.

Essa maior interação dos clientes contribuiu para um crescimento de 39% na receita bruta, totalizando R$ 2,1 bilhões. O índice de eficiência, que mede as despesas operacionais em relação à receita do banco, foi de 52,4%, 1 ponto percentual acima do trimestre anterior. A previsão do Inter é reduzir esse índice para 30% em quatro anos.

A carteira de crédito do Inter alcançou R$ 28,5 bilhões no final do trimestre, representando um crescimento de 7%. Isso foi impulsionado por empréstimos relacionados ao saque-aniversário do FGTS, empréstimos imobiliários com garantia e cartões de crédito.

Um fator-chave no aumento constante da carteira de crédito, além da chegada de novos clientes, é a melhoria na distribuição de crédito, reduzindo os limites onde o risco é mais alto e fornecendo mais crédito para aqueles que podem arcar com ele. O programa Loop também incentiva o uso do limite, impulsionando o crescimento da carteira.

Em relação à inadimplência, o custo de risco diminuiu 30 pontos percentuais para 5,9%, enquanto o índice de cobertura aumentou de 130% para 132%. Isso reflete a melhoria nas provisões contra perdas em relação aos créditos com mais de 90 dias de atraso.

Alexandre Riccio observou que a inadimplência, que havia aumentado devido a fatores macroeconômicos nos trimestres anteriores, atingiu um ponto de estabilidade no terceiro trimestre. Com a queda nas taxas de juros, é esperada uma redução da inadimplência a partir do quarto trimestre.

Fonte: Exame