No Mundo
Sexta-feira, 26 de julho de 2024

Mortos em seita de jejum no Quênia são vítimas de “crime altamente organizado”, diz ministro

Investigadores quenianos retomaram a busca por membros de um culto em uma floresta onde mais de 100 cadáveres foram exumados, disse o ministro do Interior do país nesta terça-feira, descrevendo-os como vítimas de um “crime altamente organizado”.

Paul Mackenzie, líder da Igreja Internacional das Boas Novas, está sob custódia acusado de ordenar aos seguidores que passassem fome para que pudessem ir para o céu antes do fim do mundo, que ele disse que aconteceria em 15 de abril.

Ele ainda não foi obrigado a se declarar culpado ou inocente. Seu advogado, George Kariuki, disse que Mackenzie está cooperando com a polícia.

Mackenzie quer que a investigação não seja “unilateral” ao focar nele. A polícia deve manter a mente aberta para desvendar a “bagunça”, disse Kariuki à Reuters, sem fornecer mais esclarecimentos.

A operação de busca na floresta de Shakahola, no sudeste do Quênia, foi suspensa por alguns dias por causa do mal tempo, com centenas de pessoas ainda desaparecidas.

“Temos muito mais sepulturas nesta floresta e, portanto, isso nos leva a concluir que se trata de um crime altamente organizado”, disse o ministro do Interior, Kithure Kindiki, a repórteres durante uma visita à floresta, onde trabalhadores vestindo roupas e máscaras de proteção desenterravam covas.

Ele disse no Twitter que os exames póstumos em 112 corpos que foram exumados ou recuperados terminaram. Esforços de busca e resgate de pessoas “suspeitas de estarem escondidas nos matagais e arbustos estão em andamento”.

O presidente William Ruto anunciou na sexta-feira um inquérito sobre as mortes, enquanto um tribunal manteve Mackenzie detido enquanto aguardava novas investigações.

Fonte: Reuters