Economia
Quarta-feira, 24 de julho de 2024

IPCA-15 desacelera para 0,69% em março, mas fica acima do esperado

Consenso Refinitiv apontava para inflação de 0,65% no mês; nos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 5,36%

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial do País, desacelerou para 0,69% em março, após ter alcançado 0,76% em fevereiro, informou nesta sexta-feira (24) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O dado ficou acima da estimativa dos analistas do mercado financeiro, já que o consenso Refinitiv apontava para inflação de 0,65%

Nos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 5,36%, abaixo dos 5,63% observados nos 12 meses até fevereiro. Nessa leitura, o consenso dos analistas estava em 5,30%.

Em março de 2022, o IPCA-15 foi de 0,95%.

O destaque foi Transportes, responsável pela maior variação e o maior impacto no índice, com 1,50% e 0,30 ponto porcentual,. Respectivamente. Houve uma aceleração no resultado desse grupo em relação a fevereiro, quando teve variação de 0,08%.

Os grupos Saúde e cuidados pessoais (1,18% e 0,15 p.p.) e Habitação (0,81% e 0,12 p.p.) apareceram em seguida. Alimentação e bebidas (0,20% e 0,04 p.p.), por outro lado, desacelerou na comparação com o mês anterior, quando registrou variação de 0,39%. Os demais ficaram entre o 0,08% de Educação e o 0,75% de Comunicação.

Combustíveis

O aumento de 5,76% nos preços da gasolina, subitem com maior impacto individual no IPCA-15 de março (0,26 p.p.), foi determinante para a alta apresentada pelo grupo Transportes.

A subida de preços do etanol (1,96%), que em fevereiro havia tido queda de 1,65%, também contribuiu. Óleo diesel (-4,86%) e gás veicular (-2,62%) registraram queda, diferentemente dos demais combustíveis (4,67%). Outro ponto destacado foi a alta de 9,02% nos transportes por aplicativo, após recuo de 6,05% no mês passado.Masterclass GratuitaLucros Além da BolsaComo ter o potencial de ganhar mais do que a Renda Fixa sem depender dos ânimos do mercado e das oscilações da BolsaEmailConcordo que os dados pessoais fornecidos acima serão utilizados para envio de conteúdo informativo, analí­tico e publicitário sobre produtos, serviços e assuntos gerais, nos termos da Lei Geral de Proteção de Dados.

No grupo Saúde e cuidados pessoais os perfumes (5,88%) exerceram a maior influência, em contraponto ao que se viu em fevereiro, quando os preços haviam caído 1,66%. Assim, os itens de higiene pessoal tiveram alta de 2,36% no índice de março, impactados também pelos artigos de maquiagem (3,81%), sabonetes (1,85%) e produtos para cabelo (1,34%).

Além disso, o item plano de saúde (1,20%) continuou incorporando as frações mensais dos reajustes dos planos novos e antigos para o ciclo de 2022 a 2023.

Habitação

Já no grupo Habitação o principal fator para a alta de 0,81% foi a energia elétrica residencial (2,85%).

As variações das áreas ficaram entre -1,13% no Rio de Janeiro, onde houve redução de PIS/Cofins, até 11,66% em Belo Horizonte, onde as tarifas de uso dos sistemas de transmissão (TUST) e distribuição (TUSD) foram reincluídas na base de cálculo do ICMS, o que também ocorreu em Porto Alegre (10,76%) e Curitiba (10,42%), e em uma das concessionárias de São Paulo (1,12%).

No Rio de Janeiro, ocorreram reajustes de 7,49% e 6,00% nas duas concessionárias pesquisadas. Ambos entraram em vigor a partir de 15 de março, último dia do período de referência do IPCA-15.

Alimentos

A desaceleração de Alimentação e bebidas tem como razões as quedas mais expressivas nos preços da batata-inglesa (-13,14%) e do tomate (-6,34%). Cebola (-12,13%), óleo de soja (-2,47%), contrafilé (-2,04%) e frango em pedaços (-1,94%) foram outros subitens que também mostraram recuo nos preços. No sentido oposto, os preços do ovo de galinha subiram 8,00% neste mês.

A alimentação fora do domicílio, por sua vez, passou de 0,40% em fevereiro para 0,68% em março, o que pode ser explicado pelas variações superiores às do mês anterior tanto do lanche (1,02%) quanto da refeição (0,50%).

Regiões

Em relação aos índices regionais, todas as áreas pesquisadas tiveram alta em março. Porto Alegre e Curitiba foram as cidades com as maiores variações, ambas com 1,13%. Nos dois casos a energia elétrica foi a principal responsável, com variações de 10,76% e 10,42% respectivamente.

Já o menor resultado foi observado em Salvador (0,37%), influenciado pelas quedas de 10,35% nas passagens aéreas e de 9,13% no seguro voluntário de veículo.

O IPCA-15 refere-se a famílias com rendimentos de 1 a 40 salários-mínimos, residentes nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e do município de Goiânia.

Fonte: InfoMoney