
Além do câmbio, consumidor deve ficar atento a IOF e outras taxas e impostos
Muitas pessoas desejam fazer compras, seja de fim de ano, ou até mesmo em meio às férias, no exterior. Os preços mais baixos de diversos produtos fora do Brasil podem atrair os consumidores, mas antes de tudo é preciso levar em conta se vale a pena. E como decidir?
Apesar do patamar ainda alto do câmbio, com o dólar comercial a R$ 5,29 (fechamento de 12 de novembro), a planejadora financeira Bruna Macedo, afirma que ainda há espaço para compras no exterior. Mas ela alerta: depende muito do produto.
Qual conta fazer para compras no exterior?
Atenção na conversão
Para fazer a conversão do preço para comparar com o do Brasil, a planejadora aponta que o primeiro ponto a se atentar é o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). “Se a pessoa vai fazer a compra com cartão ou fazer emissão de câmbio para cartão de viagem ou compra de papel moeda, o IOF vai ser de 3,5%. Então a pessoa tem que considerar não só o preço do produto”.
No entanto, ela diz que a maior parte das instituições financeiras disponibilizam a conta global, que é a conta nacional e a conta Internacional. “Essa conta internacional, quando é ativada, entra como uma conta investimento. Assim, quando se faz uma emissão de ordem de câmbio para uma conta investimento, o IOF cai de 3,5% para 1,10%”.
Assim, segundo Macedo, se a pessoa consegue ativar essa conta e colocar o cartão de débito wallet, já diminui uma taxa importante na hora da conversão dos valores totais.
Outro ponto mencionado é analisar o spread, a “comissão do banco”, em cima da taxa de câmbio. “Pesquise as instituições que vão trazer o menor spread de câmbio. Para fazer isso é muito simples, é só entrar no aplicativo ou no site das instituições que ela quer e pesquisar o valor em dólar e ela mostra o valor total em real”.
Gastos além da compra
Outro ponto de atenção, que pode ser gasto previsto, é o das taxas alfandegárias, que são os impostos que podem ser cobrados em casos de descumprimento de regras específicas de cada país
“Por exemplo, se ela vai fazer compra de uso pessoal nos Estados Unidos, se abrirem a mala e estiver com as roupas embaladas com etiqueta, esse tipo de coisa, eles vão entender como consumo, vão pedir nota de tudo e provavelmente a pessoa vai ter que pagar 50% de tributação, que é a tributação que é cobrada quando você não declara as compras que excedem o limite local”, alerta Bruna Macedo.
Em caso de não haver nota fiscal em produtos embalados ainda é possível que tenha que pagar o valor original novamente ou perder o produto.
Mais um ponto, é o peso de mala, já que “às vezes a pessoa vai focada em compra, às vezes ela pode se animar e perder um pouco a mão e quando excede o peso da mala, a tarifa não é barata. Então isso já desequilibra a economia de muitas coisas que foram feitas”.
Planejamento
Além de pôr tudo na ponta do lápis para fazer a previsão do orçamento, algumas dicas podem ajudar na hora de economizar ainda mais nas compras feitas no exterior.
A primeira dica dada por Macedo é a de fazer uma análise prévia dos produtos que ela realmente tem intenção de comprar. “Ver nos sites tanto de outlets quanto de sites de lojas regulares o preço que está sendo operado.
Outro ponto importante também é que, normalmente, as pessoas vão nos outlets das próprias marcas, “mas há lojas que são como o outlet dos outlets, então a pessoa paga muito mais barato do que no outlet da própria marca”, afirma ela.
Checklist para compras no exterior
- Pesquisar conta internacional para pagar menos IOF;
- Aporte do dinheiro no cartão/conta em dias de câmbio mais barato;
- Pesquisar passagem com antecedência;
- Analisar outlets e lojas;
- Não se prender a modelos específicos;
- Se atentar às regras alfandegárias de cada país.
Fonte: IstoéDinheiro
