Economia
Terça-feira, 21 de outubro de 2025

Haddad diz que governo enviará ao Congresso dois projetos para resolver buraco no Orçamento

O Executivo enviará ao Congresso Nacional dois projetos de lei alternativos à Medida Provisória 1303, que alterava a tributação de aplicações financeiras e previa a taxação de bets e medidas de cortes de despesas, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta terça-feira, 21.

Em entrevista à GloboNews, Haddad afirmou que “se tudo der certo”, as medidas devem ser enviadas ao Congresso ainda nesta terça-feira. Segundo ele, um dos projetos tratará do controle de gastos e deverá ser incluído em proposta já em tramitação no Congresso que poderá ir à votação nesta semana ainda. O outro projeto tratará da taxação de “bets” e fintechs.

A MP inicialmente previa também a tributação de LCAs e LCIs, títulos de investimento atualmente isentos, e proposta de elevação da tributação de bets, mas, para aumentar as chances de aprovação, esses trechos foram retirados no texto levado à votação em comissão mista do Congresso, onde chegou a ser aprovada. A matéria, no entanto, foi retirada de pauta de votação na Câmara dos Deputados no último dia de validade, no início do mês.

Sem a arrecadação esperada com a MP, a área econômica do governo avalia quais ajustes são necessários para garantir o cumprimento de metas e o encaminhamento da proposta de orçamento para 2026.

Cálculos da Fazenda apontam que a MP teria impacto fiscal de R$ 14,8 bilhões em 2025 e de R$ 36,2 bilhões em 2026, e o governo busca agora formas de recompor essas perdas.

Segundo Haddad, o projeto que tratará de revisão de despesas pode render mais de R$ 15 bilhões, podendo chegar até a R$ 20 bilhões.

O que está na mesa:

– Regras mais rígidas para concessão de seguro defeso;

– Volta de pelo menos parte do aumento da alíquota do IOF;

– Limitação das compensações tributárias (impacto de R$ 10 bilhões em 2025 e R$ 10 bilhões em 2026);

– Taxação de bets (impacto de R$ 1,70 bilhão em 2026);

– Elevação de CSLL para fintechs (impacto de R$ 1,580 bilhão em 2026).

Haddad declarou ainda que os líderes do governo se dispuseram a anexar o texto proposto pelo governo a relatórios que estejam prontos para serem votados no Congresso. Outros itens também podem ser incluídos em projetos que já estão tramitando.

O ministro disse que o governo divide indicadores positivos com o Congresso, que aprovou várias medidas de interesse do Executivo. Ele afirmou, entretanto, que está com “certa” dificuldade no Congresso citando ao menos duas derrotas neste ano.

Fonte: Reuters