
Mudanças no comportamento do consumidor e incertezas macro têm colocado em evidência o inchaço dos portfólios de várias empresas de bens de consumo — levando cada vez mais CEOs a tentar se desfazer de marcas e segmentos menos estratégicos para retomar o caminho do crescimento. Gigantes como a Procter & Gamble, Unilever e Nestlé encabeçam a lista de empresas que buscam alternativas para emagrecer seus portfólios neste momento.
“Essa dinâmica está ocorrendo devido a uma série de fatores, como sinergias fracassadas de fusões anteriores; mudanças nas preferências do consumidor, que tem optado por opções mais saudáveis, frescas e diversificadas; e a pressão de investidores, que têm favorecido empresas com narrativas de crescimento claras e focadas,” Alexander Grunwald, o co-head de consumer da Houlihan Lokey, disse ao Brazil Journal.
Além disso, uma venda ou cisão permite que cada uma das partes busque estratégias personalizadas, disse o executivo, com efeitos positivos em termos de eficiência operacional, inovação e apelo aos investidores, ao mesmo tempo em que ganham agilidade para reagir mais rapidamente às tendências do mercado.
A vontade de virar a página é tão grande que a Reckitt Benckiser — a dona das pastilhas para a garganta Strepsils — decidiu ignorar a volatilidade causada pela política tarifária do Governo Trump e aceitou uma oferta abaixo das expectativas do mercado para vender seu negócio de cuidados domésticos para a Advent no mês passado. O enterprise value da divisão – que inclui marcas como a Air Wick e Calgon – ficou em £ 3,6 bilhões, £ 1 bilhão abaixo do que os analistas da Jefferies esperavam.
Fonte: BrazilJournal