Agronegócio
Sexta-feira, 25 de julho de 2025

No primeiro semestre, receita do frango iguala 2024 apesar da gripe aviária

Câmara Árabe-Brasileira não vê impacto imediato em novo foco da doença notificado no Ceará

As vendas brasileiras de frango para os países árabes atingiram US$ 1,75 bilhão no primeiro semestre do ano, recuo de 0,53% sobre o período anterior, informa a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, que acompanha o comércio com o bloco de 22 nações do Oriente Médio e do norte africano. 

O resultado revela que o foco de gripe aviária registrado no Rio Grande do Sul no início de maio impactou as exportações a ponto de zerar o avanço de cerca de 10% nas vendas observado nos quatro primeiros meses do ano. Ao mesmo tempo, indica que os mercados árabes, com a retomada dos embarques em junho, seguem com demanda firme e com seus importadores mantendo contratos de longo prazo já firmados com frigoríficos brasileiros. 

“Vemos no momento embarques em bons níveis e atribuímos isso à retomada da relação e à confiança que existe entre os frigoríficos brasileiros e seus parceiros árabes. Situações como o foco de gripe aviária no Rio Grande do Sul já aconteceram e não inviabilizaram a retomada das vendas, pois o Brasil tem muita credibilidade quanto a seus padrões sanitários no mundo árabe, produzindo com qualidade e exportando com responsabilidade”, reforça Mohamad Mourad, secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira. 

O dirigente acredita que o recente caso de gripe aviária notificado em uma criação de subsistência na cidade cearense de Quixeramobim não deve ter impacto imediato nas exportações para os países árabes. A maior parte do fornecimento ao bloco de nações provém de granjas na Região Sul, a milhares de quilômetros do foco. A maioria dos países árabes interrompem importações só em casos extremos. Atualmente, apenas Arábia Saudita e Omã aplicam restrições ao frango do Rio Grande do Sul. O Catar, apenas sobre a produção da cidade de Montenegro, origem do foco.

De acordo com Mourad, a Câmara Árabe está atualizando com informações oficiais sobre o foco cearense as 17 representações diplomáticas árabes existentes no Brasil e os governos do bloco que buscaram a entidade, seguindo a mesma atuação no episódio do Rio Grande do Sul para favorecer a retomada dos embarques. 

Recuo – Se no frango o resultado do semestre ainda se equipara ao mesmo período do ano passado, as exportações brasileiras de todos os produtos no período tiveram recuo de 16,93%, para US$ 9,22 bilhões. Mesmo com o recuo no primeiro semestre, Mourad vê com otimismo a reta final de 2025. 

O dirigente pontua que os níveis de consumo nos árabes seguem com indicativos de aquecimento. Um dos sinais são os produtos brasileiros demandados pela indústria de transformação, como animais vivos, café, obras de ferro fundido e celulose, que tiveram alta sobre os seis primeiros meses de 2024, indicando atividade elevada. 

“As maiores economias árabes seguem com indicativos de aquecimento. O consumo segue firme. Podemos não repetir o resultado de 2024, mas teremos números comerciais expressivos, e o Brasil deve seguir com superávit expressivo”, afirma Mourad.

Fonte: Notícias Agrícolas