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Quarta-feira, 18 de junho de 2025

Selic no patamar atual é ‘insuportável’ e ‘mata o varejo’, diz Caito Maia, da Chilli Beans

Caito Maia, fundador da Chilli Beans (Crédito: Leo Monteiro)

Fundador e CEO da Chilli Beans, Caito Maia, considera que o patamar atual da Taxa Selic é excessivamente restritivo e provocará danos severos, especialmente ao setor de varejo caso continue inalterado.

Segundo o empresário da Chilli Beans, uma Selic próxima dos 15% por mais tempo pode fazer inclusive players de médio e grande porte do setor ‘derraparem’.

“Na minha visão, os juros, do jeito que estão, não é que eles estrangulam, eles sufocam e matam o varejo. Não sei quanto tempo o varejo aguenta com esses juros do jeito que está. E não é o varejo, é a economia brasileira. Esse juro do jeito que está é insuportável. Infelizmente, do jeito que está, vamos ver vários nomes derrapando. Alguma coisa precisa ser feita”, diz Caito Maia.

O empresário participou do Dinheiro Entrevista, que vai ao ar nas próximas semanas. Durante o episódio, Caito Maia comentou que o ‘governo precisa fazer o dever de casa’ para que o Banco Central (BC) tenha fôlego para manter a Selic em patamares menos restritivos.

O empresário também destacou que espera inclusive uma nova alta na próxima reunião de política monetária.

O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne entre esta terça-feira, 17, e quarta-feira, 18, para uma nova decisão acerca dos juros. A visão da maior parte do mercado é de que a Selic deve ser mantida nos patamares atuais, de 14,75%.

O consenso do mercado estima que os juros devem terminar o ano de 2025 nesse mesmo patamar, conforme refletido na edição mais recente do Boletim Focus.

Caito Maia não queria produzir na China, mas precisa

Desde o início da sua operação, na década de 1990, a Chilli Beans fabrica seus produtos na China. Atualmente a companhia soma cinco fábricas no dragão asiático e sequer cogita ter produção nacional.

Segundo Caito Maia, especialmente por conta de questões tributárias, a marca considera totalmente inviável passar a ter uma produção nacional.

O empresário relata que já teve oferta de fábricas que seriam ‘praticamente dadas’ – como em um modelo de arrendamento – e ainda assim a ‘conta não fecha’ e a operação seria deficitária.

“Não é questão de preferência, é questão de necessidade. Eu, se pudesse, fabricaria no Brasil – gerar emprego e pagar imposto no Brasil – mas eu não tenho a menor condição, então uso meus parceiros da China. Não é uma opção”, conta.

Novidades da Chilli Beans em primeira mão

À IstoÉ Dinheiro o empresário da Chilli Beans também revelou em primeira mão que a companhia fará uma collab com a Havaianas – algo que a gestão já queria há anos, mas sem sucesso. Agora, a companhia terá a licença mundial da marca.

Segundo o empresário, a marca investiu pesado na parceria e as expectativas são altas.

“É uma novidade incrível, é uma coisa que a gente tá super empolgado para fazer. A gente vai seduzindo o mercado, é uma parceria muito grande, muito especial. É um projeto grande no qual a gente vai fazer venda no mundo todo de Havaianas, e gente entende demais que essas marcas tem muito fit”, revela.

Em dezembro as vendas da collab em questão começarão. Caito revela que os produtos não ficarão temporariamente nas prateleiras, mas passarão a integrar o portfólio, já que a Chilli Beans ‘acredita na marca’.

Atualmente a fábrica já está produzindo os produtos, que já estão prontos e desenhados. São cerca 40 modelos no total da coleção, incluindo óculos escuros e óculos de grau. No total serão 120 mil peças produzidas inicialmente, o que Caito considera um volume alto para os parâmetros da companhia.

A Havaianas tem mostrado uma nova toada em termos de posicionamento de marca e tem investido em collabs em um passado recente. Há algumas semanas, a companhia anunciou uma coleção com a modelo Gigi Hadid em uma estratégia de ‘expansão internacional’.

Fonte: IstoéDinheiro