Economia
Sexta-feira, 25 de abril de 2025

Tebet: Relatório de receitas e despesas de maio pode ter bloqueio

Segundo ministra, apesar do esforço com cortes de gastos, equipe econômica ainda não está satisfeita com resultados

ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou em entrevista ao CNN Money nesta quinta-feira (24) que o relatório de avaliação de receitas e despesas, que será divulgado no dia 22 de maio, pode vir com um bloqueio orçamentário.

Segundo a ministra, apesar do esforço com cortes de gastos, a equipe econômica ainda não está satisfeita com resultados.

No fim do ano passado, a equipe econômica conseguiu aprovar um pacote fiscal que promete e economia de R$ 71 bilhões em dois anos. No entanto, analistas e investidores avaliam a medida como insuficiente tendo em vista a evolução das despesas públicas.

A ministra explicou que a possibilidade de congelamento de verbas está relacionada ao comportamento das despesas obrigatórias, como aposentadorias e repasses constitucionais. Ela também não descartou a possibilidade de bloqueio.

“Eu acredito que o contingenciamento, que está ligado à receita, ainda não, pode haver em relação ao bloqueio. Vai depender se essas despesas obrigatórias crescerem muito. E isso ninguém tem bola de cristal, nem eu posso afirmar, porque dependo dos ministérios setoriais mandarem os dados para mim”, explicou.

bloqueio de despesas discricionárias acontece quando as obrigatórias avançam acima do teto previsto pelo arcabouço fiscal, de 2,5% em relação ao gasto do ano anterior.

Já o contingenciamento ocorre quando há descasamento entre as receitas e as despesas previstas para o ano. Para 2025, a gestão federal prevê superávit de 0,25% do PIB.

Ela afirmou que, caso as despesas obrigatórias subam além do previsto, o governo será forçado a fazer cortes em outras áreas.

“Sou obrigada a compensar de outra forma, tirando da minha possibilidade de despesa com despesas discricionárias. Aí sou obrigada a fazer bloqueio”, disse.

Tebet reforçou que o relatório de maio será o primeiro com base integral no Orçamento de 2025. A peça foi sancionada com três meses de atraso, o que levou o governo a rodar os recursos públicos de forma mais apertada, em 1/18.

Fonte: CNN