Política
Sexta-feira, 25 de abril de 2025

Márcio França e PSB se movimentam por pré-candidatura da esquerda ao Governo de SP

O congresso do PSB paulista, marcado para este sábado (26) em São Paulo, servirá como um ato de pré-campanha do ministro Márcio França (Empreendedorismo) ao governo do estado.
A ausência de quadros da esquerda para a disputa ao Executivo estadual no próximo ano é vista pelo entorno do pessebista como um trunfo para emplacá-lo como candidato único do campo político em 2026.
Para aliados do ministro, França espera contar com as bênçãos do presidente Lula, e consequentemente do PT, para se lançar ao governo em dois cenários possíveis: contra a reeleição de Tarcísio de Freitas (Republicanos) ou contra um aliado do governador caso ele saia candidato à Presidência da República.
No primeiro cenário, com Tarcísio buscando a reeleição, o grupo ligado a França acha difícil derrotar o governador, que lidera as pesquisas de intenções de voto para o Palácio dos Bandeirantes, segundo o mais recente Datafolha. Ainda assim, a necessidade de ter um palanque no estado mais rico do país fortaleceria o nome de França, já que o PT sinalizou que deve dar maior peso às candidaturas ao Legislativo, em especial ao Senado, em 2026.
Em uma disputa sem Tarcísio, a quantidade de postulantes de direita ao governo favoreceria França, ainda segundo seus aliados, porque fragmentaria os votos desse campo ideológico. Até o momento, seis nomes já manifestaram interesse no cargo: o prefeito paulistano Ricardo Nunes (MDB), o presidente da Assembleia Legislativa, André do Prado (PL), o deputado federal Ricardo Salles (Novo-SP), o prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), o secretário estadual de Governo, Gilberto Kassab (PSD) e o ex-prefeito de Santo André Paulo Serra (PSDB).
O nome de oposição a Tarcísio que melhor pontua nas pesquisas em cenários com e sem o atual governador é o do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que já governou São Paulo quatro vezes e avisou a pessoas próximas não ter interesse em uma nova candidatura ao posto.
Quando Alckmin se licenciou do governo em 2018 para concorrer à Presidência da República pelo PSDB, foi França, seu vice, quem assumiu o posto. O pessebista tentou se reeleger, mas sofreu uma derrota apertada para o ex-tucano João Doria no segundo turno.
Em 2022, França chegou a anunciar a pré-candidatura ao governo, mas, na composição que selou a chapa formada por Lula e Alckmin para a Presidência, terminou como candidato ao Senado e com Fernando Haddad (PT) disputando o Executivo estadual.
Para o próximo ano, o grupo alinhado a França dentro do PSB acha difícil que o partido abra mão de lançá-lo ao governo. O evento deste sábado consagrará a escolha do deputado estadual Caio França, filho do ministro, como o presidente da sigla no estado e sucessor do pai no cargo.
Além disso, França deve contar com aliados à frente de postos-chave no partido: em março, a deputada federal Tabata Amaral foi reeleita presidente do diretório municipal de São Paulo, e o prefeito do Recife, João Campos, é candidato único à presidência nacional do PSB, cuja eleição será no próximo mês.
“Márcio conta com a confiança da direção nacional, ele sabe disso”, disse Campos sobre a pré-candidatura de França ao participar de evento em São Paulo nessa quinta (24).
Caio, com 36 anos, e Tabata e Campos, com 31, são vistos internamente como lideranças que passam a mensagem de renovação dos quadros de centro-esquerda, um contraponto ao PT, que tem encontrado dificuldades de apresentar candidaturas mais jovens.
O trio estará presente no encontro do PSB deste sábado, realizado na Assembleia Legislativa, assim como Alckmin, França e o atual presidente do PSB, Carlos Siqueira.

Fonte: FolhaPress