Criada em 2024 na cidade de São Paulo, a cervejaria Etapp aposta em um diferencial para se destacar em um mercado de gigantes: ser uma marca especializada em cervejas sem álcool para esportistas.
“Queremos focar no momento de celebração do atleta. A nossa mensagem é clara: é possível e desejável celebrar a vida de uma maneira diferente, onde a cerveja representa confraternização e estar junto de pessoas queridas, e não necessariamente o efeito do álcool”, explicou Eduardo Andrade, um dos fundadores da companhia.
Um dos diferenciais da empresa é explorar sabores e diferentes tipos de cerveja, incluindo as opções Session IPA, Stout e Catarina Sour. Todas zero álcool.
Segundo dados da consultoria Euromonitor, o consumo de cerveja sem álcool vem aumentando ano após ano e a projeção é que se produza em 2028 1,5 bilhão de litros da bebida no mundo inteiro.
No Brasil, as gigantes do setor apostam cada vez mais em cervejas sem álcool. E, além das chamadas cervejas zero, Ambev, Heineken e Grupo Petrópolis também investem nas chamadas cervejas drafts – mais leves, com menos calorias e baixo teor alcóolico.
As cervejarias menores e artesanais acompanham o movimento. Já é possível encontrar e-commerces especializados em bebidas sem álcool, com um grande espaço para diferentes marcas.
Meta de 1 milhão de latas produzidas em 2025
A expectativa da Etapp é chegar a 1 milhão de latas produzidas em 2025, focando, principalmente, o mercado fitness e de bem-estar, o chamado Wellness.
A principal estratégia de divulgação tem sido focar a presença em eventos de corrida de rua nas grandes cidades. Para isso, a empresa já é marca parceira de diversos eventos como as maratonas de São Paulo e de Curitiba, a corrida da Mulher Maravilha e do circuito Live XP. Além disso, também é a cerveja oficial do Ironman.
“A estratégia de estar presente nesses eventos visa consolidar a marca no universo esportivo e alcançar diversos públicos, desde atletas de alta performance até aqueles que praticam esportes por um estilo de vida mais saudável”, disse Andrade.
Ex-Via e Pão de Açúcar, executivo vira sócio da Etapp
O executivo explica que a empresa ainda não conta com fábrica própria. A produção é feita em fábricas parceiras na cidade de São José dos Campos. “Não consideramos uma terceirização. Acompanhamos toda a produção de perto”, disse.
O próximo passo da Etapp é chegar até os principais varejistas do Brasil. Para isso, eles tiveram a entrada do executivo Ramatis Rodrigues no quadro de sócios. Rodrigues traz uma trajetória de mais de 30 anos em cargos de liderança em grandes empresas como Carrefour, Pão de Açúcar, Via Varejo e Shopper.
Foco em estilos diferentes
O mercado de cerveja artesanal vem crescendo no Brasil nos últimos anos, mas ainda não havia chegado às cervejas sem álcool.
Um dos diferenciais da Etapp é que ela explora outros estilos de cerveja. São quatro estilos: Golden, mais parecido com a cerveja pilsen de massa brasileira, a Session IPA, focada no lúpulo e nos sabores mais frutados, a Stout, cerveja escura com notas de torrado e café, e a Catarina Sour, uma cerveja mais azeda.
“Para a Session IPA, por exemplo, o desafio foi criar uma cerveja super frutada, mas que não fosse pesada, levando em consideração que atletas não desejam se sentir ‘empapuçados’. Da mesma forma, para a Dry Stout, o objetivo foi apresentar notas de torrado e café características do estilo, sem que a cerveja se tornasse excessivamente pesada. Mas o resultado foi muito bom. Inclusive, muita gente prova a cerveja questiona se ela é sem álcool mesmo”, encerrou.
O Brasil hoje é o segundo país com maior número de corredores de rua, só atrás dos Estados Unidos. De acordo com o aplicativo Strava, o país conta com mais de 19 milhões de corredores de rua ocasionais. Para o executivo, a comunidade da corrida possui forte identificação com as marcas que consome.
“A comunidade da corrida possui forte identificação com marcas específicas dentro do seu universo. Corredores tendem a ter marcas preferidas para diversos itens essenciais à prática da corrida, como relógios, tênis e géis de carboidratos. No entanto, o que faltava até então, era uma marca associada à celebração dentro desta comunidade, que abraçasse o momento da comemoração e da confraternização entre os corredores. Essa é a lacuna que queremos ocupar”, explicou.
Fonte: IstoéDinheiro
Ver Jornal 24 de Abril de 2025 