
Unânimes em afirmar que a qualidade de seus chocolates não vai ser alterada por conta da alta de mais de 180% do cacau em 2024, as indústrias do setor buscam focar em melhorias de processo e no oferecimento de novos formatos, recheios e tamanhos do produto para amenizar os impactos da alta na principal matéria-prima nos preços para o consumidor final na Páscoa.
Ainda é incerto o quanto o consumidor vai pagar a mais nos ovos de Páscoa esse ano. Fernando Careli, Diretor de Assuntos Corporativos da Ferrero para a América Latina, explica que nem toda a alta que será repassada para o consumidor final é do preço do cacau.
“O cacau é só um dos ingredientes do chocolate. A composição de preço do produto dependem de vários outros ingredientes e custos. A gente fala de processo de produção, mão de obra, distribuição, logística e a própria precificação do varejo. No nosso caso, buscamos uma maior eficiência em todos esses aspectos para garantir que o preço do produto não tenha um impacto grande se falando em preço final”, explicou.
Investimento em novos maquinários e embalagens, além de melhorias logísticas e inovações estão entre as estratégias das grandes amrcas para melhorar as margens de lucro mesmo com a principal matéria-prima batendo picos históricos de preço.
Variedade de preços e gramatura
O setor enxerga a Páscoa como uma data em que os consumidores usam para presentear amigos e familiares. Para isso, as principais indústrias do ramo aumentam ano após ano o portfólio de produtos para abarcar tanto o consumidor que vai comprar ovos de chocolate mais caros, quanto aquele que vai investir somente em uma lembrancinha.
De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Chocolate, Amendoim e Balas (Abicab), nesta Páscoa serão 803 produtos de chocolate disponíveis na data, 94 a mais do que em 2024. A VP de Marketing da Mondelez Brasil Renata Vieira, afirma que a companhia investe em produtos para diversos perfis de consumidores e que uma das novidades da Páscoa é mais uma opção menor da caixa de bombons, de 130 gramas. A marca afirmou que a versão maior, de 250 grama, não sairá de linha.
“Estamos tentando ser bem criativos esse ano, olhando para produtos com diversos preços e gramaturas. A Lacta hoje tem tabletes de 25 gramas até 165 com preços totalmente diferentes. Esse ano a gente também tá trazendo a nossa caixa de variedades em um tamanho menor, de 130 gramas, pra abarcar ainda mais consumidores”, disse.
Ovo com biscoito e pistache são apostas
A variedade de recheios também é uma nova aposta de grandes players da indústria. A Nestlé vai apostar no ovo Choco Trio para aproveitar o sucesso do produto em barra, que conta com um biscoito recheado com cobertura de chocolate. Um outro clássico da marca também vai ter a sua versão especial na Páscoa: o Charge, que será recheado com caramelo e amendoim, além de uma produção três vezes maior do ovo Caribe, bombom recheado com banana amado por uns e odiado por outros.
“Trouxemos essas novidades pensando nas tendências trazidas pelo consumidor”, contou Camila Hadaya, gerente de marketing de chocolates da Nestlé Brasil.
A modinha gastronômica preferida dos brasileiros não poderia ficar de fora. A grande aposta da Cacau Show para conseguir um crescimento de mais de 30% em vendas nesta Páscoa é, mais uma vez, o ovo recheado com pistache, além investimentos em novas áreas, como a panificação.
“Trouxemos o ovo recheado de pistache a duas Páscoas atrás, mas acredito que vai ser o grande destaque dos recheados. Nuts de uma forma geral também, então a noz pecã está muito presente. Além de apostas na panificação, no Panne Pasquale. A gente aumenta o nosso mix de produtos pra equilibrar a alta do cacau de alguma forma”, afirmou íris Ferraz, gerente de produtos da Cacau Show.
Fonte: IstoéDinheiro