No Mundo
Terça-feira, 25 de junho de 2024

Tribunal russo dá início a julgamento de traição contra cidadã russo-americana

Ksenia Karelina doou pouco mais de US$50 para instituição de apoio à Ucrânia

O julgamento de uma cidadã russo-americana com dupla nacionalidade, acusada de cometer traição ao angariar fundos para os militares ucranianos, começou na cidade russa de Yekaterinburg.

Ksenia Karelina, 33 anos, foi detida em Yekaterinburg no início deste ano enquanto visitava os avós. Ela é acusada de doar US$ 51,80 (R$ 280,95) para uma instituição de caridade ucraniana nos EUA, segundo seu empregador – um spa em Beverly Hills, Califórnia.

Seu julgamento começou na manhã desta quinta-feira (20) e será realizado a portas fechadas. Se condenada, ela pode pegar até 20 anos de prisão.

Karelina, residente em Los Angeles e bailarina amadora que se tornou cidadã americana em 2021, entrou na Rússia em janeiro, mas os EUA só souberam da sua prisão em 8 de fevereiro.

Chris Van Deerden, namorado de Karelina, disse à CNN que comprou passagens para ela visitar o país como presente de aniversário. Ele disse que ela estava “orgulhosa de ser russa e não assiste ao noticiário. Ela não intervém em nada sobre a guerra.”

“Acredito que a América a trará de volta para mim”, disse Van Heerden.

Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) acusou Karelina de participar em “ações públicas para apoiar o regime de Kiev”. A organização à qual Karelina supostamente deu dinheiro, a organização sem fins lucrativos Razom for Ukraine, com sede em Nova York, disse estar “chocada” com a sua detenção.

Karelina está entre vários cidadãos americanos detidos em prisões russas, incluindo jornalistas e ex-soldados.

Os promotores russos confirmaram esta semana que o repórter do Wall Street Journal, Evan Gershkovich, o primeiro jornalista americano a ser preso sob acusações de espionagem na Rússia desde a Guerra Fria, será julgado em 26 de junho.

Seu julgamento também será realizado a portas fechadas em Yekaterinburg, onde foi preso há mais de um ano.

Ao discutir o caso de Karelina, o jornalista de investigação russo Andrei Soldatov disse à CNN que o FSB pretende “construir um banco de reféns com passaportes americanos”, que Moscou possa usar “como alavanca” em quaisquer negociações com Washington.

Fonte: CNN