Economia
Quarta-feira, 3 de julho de 2024

Compras internacionais de roupas femininas de até US$ 50 saltou mais de 400% em 2023, diz CNC

Confederações do comércio e da indústria defendem o fim da isenção para compras internacionais

De acordo com levantamento realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a quantidade de itens de bens de consumo com valor de importação de até US$ 50 por unidade cresceu 35% em 2023 em relação a 2022. Itens de vestuário feminino como calças, bermudas e shorts tiveram alta de alta de 407,4%. 

O levantamento aponta que lideraram as encomendas produtos originários da China (51,8% do total), Argentina (6,2%) e Paraguai (5,9%). O levantamento se baseou nos microdados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), sobre compras internacionais de 10 mil tipos de bens de consumo classificados por NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul). Foram consideradas informações provenientes de 145 países com os quais o Brasil possui esse tipo de relação comercial, cujo valor médio se limitou a 50 dólares.

Além dos itens de vestuário feminino, se destacam entre os principais bens de consumo comercializáveis importados no ano passado com maiores altas: tapetes (399,8%), lâmpadas de até 15 volts (231%), bebidas não alcoólicas (163,4%) e brinquedos motorizados (104,7%).

“A CNC nunca apoiaria o aumento da tributação no Brasil, tanto que foi a entidade que mais lutou e que continua lutando para que a carga tributária não aumente no País com a reforma tributária. No entanto, dar uma condição de competitividade ao empresário chinês que o empresário brasileiro não possui ameaça a capacidade de geração de emprego aqui em território nacional”, afirma o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, que chamou a isenção de compras de até US$ 50 de “ofensa ao empresário brasileiro”.

Outra pesquisa, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com o Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem (IPRI), revela que apenas 18% da população com renda de até dois salários mínimos fizeram compras online internacionais de produtos com isenção de até US$ 50. Entre os que ganham acima de cinco salários mínimos, esse percentual sobe para 41%.

Fonte: IstoéDinheiro