Tecnologia
Quarta-feira, 3 de julho de 2024

Nokia relança o tijolão

No tempo em que os telefones celulares eram apenas telefones celulares, quem reinava era a Nokia.
A marca tenta agora recuperar a relevância com lançamentos que pregam justamente a nostalgia, com modelos simples batizados de dumbphones (telefones burros, em tradução literal).
Nesta semana, o Nokia 3210 foi relançado após 25 anos. Ele foi um dos modelos mais vendidos no mundo, carinhosamente apelidado no Brasil de tijolão.
Outros dumbphones já relançados pela marca foram os modelos 110 4G, 2660 Flip e 105.
Os novos modelos foram produzidos pela HMD, empresa de eletrônicos que licenciou os direitos da marca em 2016, depois que a Nokia decidiu mudar o foco dos negócios para infraestrutura de telecomunicações e encerrou a produção de celulares.
A aposta da nova versão: a HMD mira consumidores cansados do excesso de redes sociais, que relatam redução do tempo de tela com esses modelos burros. Ainda assim, o novo celular tem acesso à internet.
Veja as funcionalidades: 4G; bluetooth; câmera de dois megapixels; WhatsApp; Google Maps; e Shorts, do YouTube.
As opções de cores são azul, preto e amarelo. A promessa é que a bateria dure até uma semana.
Quanto custa? 79,99 euros (R$ 445) na França e Alemanha.
Já tem no Brasil? Ainda não, e não há informações sobre a previsão de chegada.
Relembre a versão antiga. O tamanho discreto e o design moderno levou o celular a ser um sucesso em diversos países, com mais de 160 milhões de vendas.
O Snake, conhecido como jogo da cobrinha, ajudou a popularizar o modelo entre os jovens.
A queda da Nokia. A empresa foi fundada na Finlândia ainda no século XIX, com foco em mineração e peças industriais. Ao longo do século XX, produziu todo tipo de infraestrutura eletrônica, sendo a principal fornecedora dos vizinhos russos durante a União Soviética.
↳ Nas décadas de 1980 e 1990, o lançamento dos primeiros telefones celulares levou a Nokia à forte expansão, com clientes de todo o mundo.
Início do fim. A empresa começa a ficar para trás no mercado de celulares depois que Apple e Samsung revolucionam o design dos aparelhos e propõem o fim dos botões e o foco da experiência na tela, com o lançamento do iPhone em 2007.
A crise da empresa foi tão grande nos anos seguintes que impactou, inclusive, a economia finlandesa. Em 2007, por exemplo, no seu auge, a companhia representava 30% do PIB (Produto Interno Bruto) do país.
Chega de redes sociais? O suposto cansaço que a empresa aposta como uma oportunidade de mercado virou tema de saúde nos últimos anos. Prejuízos para a atenção, emoções e visão são descritos como efeitos negativos do uso em excesso.
A comparação com a vida de outras pessoas também é vista como causa de ansiedade;
Pesquisas científicas têm investigado se o uso indiscriminado se enquadra como vício.
Nostalgia lucrativa. No ano passado, a marca dobrou, em relação a 2022, as vendas de outro celular nostálgico, o Nokia 2660 Flip, e espera um crescimento ainda maior do mercado desses tipos de aparelho em 2024, segundo material de divulgação.
A venda desses aparelhos, contudo, tem caído no Brasila baixa foi de 19,3% em 2023 em relação ao ano anterior.

Fonte: FolhaPress