Negócios
Segunda-feira, 29 de abril de 2024

Um chinelo que vira pneu e piso. E não solta as tiras

Dona da marca Havaianas e uma das maiores empresas de calçados do Brasil, a Alpargatas avança na busca por soluções de promoção à circularidade de seus produtos. Por meio do Havaianas reCICLO, a empresa desenvolveu duas novas soluções, uma de pisos e outra de pneus, desenvolvidas por parceiros com os resíduos coletados. O grupo Force, da Paraíba, criou um carrinho de mão feito a partir das borrachas 100% recicladas dos chinelos coletados. A Aubicon, de Minas Gerais, desenvolveu uma linha de revestimentos inovadores, compostos por partes de pneu 5% de resíduos de chinelos Havaianas. “O programa nasceu para ser um grande laboratório e propulsor de soluções voltadas à circularidade da borracha, pensando na mitigação do impacto dos nossos produtos”, disse Maria Augusta Bottino, diretora de sustentabilidade corporativa da Alpargatas“Queremos que nossa movimentação mobilize e inspire novas iniciativas e parcerias, fomentando um ecossistema vivo frente a esse grande desafio da circularidade.” O Havaianas reCICLO é realizado em parceria com a startup, que trabalha na captação de chinelos usados com a ajuda de cooperativas e parceiros em 190 pontos de coleta nas lojas de 80 cidades do País. Desde que foi implementado, a partir de um projeto piloto em 2020, o programa já coletou mais de 230 mil pares e está presente em 16 países, incluindo o Brasil. Além de não soltar as tiras (para quem lembra da antiga propaganda com Chico Anysio), o chinelo Havaianas é sustentável e ainda ganha um novo ciclo de vida.

TECNOLOGIA E VISÃO SOCIAL
Realidade aumentada e sustentável

(Divulgação)

Um jovem empresário de Santos, no Litoral de São Paulo, vem se destacando na área de realidade aumentada. Comandada por Leonardo Delfino, de 29 anos, a Criando Valor deve fechar 2024 com faturamento perto de R$ 5,5 milhões, e crescimento de 30% sobre 2023. A maior parte dos projetos tem sido direcionada às construtoras. Agora, a empresa está se expandindo para outros estados, como Rio de Janeiro e Santa Catarina. Mas o destaque não está só na tecnologia. As ações ligadas às práticas ESG estão no topo das iniciativas da empresa. No quesito sustentabilidade ambiental, a empresa vem apoiando trabalhos como a do Instituto EcoFaxina, que desde 2008 atua no combate à poluição marinha. A Criando Valor também tem forte presença junto a ONGs, como a Tripulantes do Bem, que garante assistência, por meio de doações, a entidades e pessoas em vulnerabilidade social na Baixada Santista. Na governança, foi vencedora por três anos do selo Great Place to Work, certificado que atesta a qualidade da empresa na gestão de pessoas. “Fazemos uma auditoria interna com os colaboradores para identificar as condições de trabalho, pois o bem-estar da nossa equipe e de nossos clientes é parte da filosofia da empresa”, disse o executivo.

RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
O banco que aposta na agenda ESG

Divulgação

Instituição financeira cooperativa com mais de 2.700 agências, o Sicredi ampliou em 2023 suas ações de impacto positivo e iniciativas ligadas às práticas ESG. No relatório de sustentabilidade, a empresa informa que aportou R$ 390 milhões em investimento social no ano passado, número 30% superior em relação a 2022. O valor foi direcionado para comunidades onde o Sicredi atua. “Os temas ESG fazem parte da essência do Sicredi desde sua origem, pois nosso modelo de negócio é baseado na cooperação e no interesse pelas comunidades, gerando uma cadeia de valor que beneficia o associado, a cooperativa e as regiões onde estamos presentes”, disse César Bochi, diretor presidente do banco cooperativo Sicredi. Outro destaque no relatório diz respeito aos programas educacionais realizados por meio da Fundação Sicredi. A instituição desenvolve há 28 anos o programa A União Faz a Vida, que somente em 2023 beneficiou mais de 530 mil crianças e adolescentes em mais de 3 mil escolas no Brasil. Também foram capacitados 44,5 mil educadores em 620 municípios durante o ano passado.

EMPREENDEDORISMO
Mais formação e menos desperdício de arroz e feijão

(Erich Sacco)

Uma realidade inspiradora: pesquisa do Data Favela mostra que há 5,8 milhões de empreendedores nas regiões periféricas do País, que movimentam R$ 202 bilhões. O setor de refeições e de alimentação representa 14% das atividades. Por outro lado, a combinação arroz e feijão representa 38% do total dos alimentos descartados. Nesse sentido a multinacional brasileira Camil Alimentos criou o programa de formação Grãos da Base Camil, direcionado aos moradores da região do Campo Limpo, Zona Sul da cidade de São Paulo e em parceria com a organização Projeto Arrastão. O programa, que é gratuito, tem o objetivo de desenvolver os pequenos empreendedores, oferecendo conhecimento em administração, marketing, técnicas culinárias, além da conscientização para a redução da quantidade dos produtos que são descartados. “Nosso compromisso vai além de vender produtos. Através do pilar social, queremos impactar positivamente as comunidades onde estamos inseridos, ajudando a desenvolver os negócios locais e promover a redução do desperdício de alimentos”, disse Daniel Cappadona, diretor comercial e de marketing da Camil Alimentos.

REFLORESTAMENTO
O cuidado com a Mata Atlântica e a Caatinga

(Marcus Desimoni / NITRO)

Appian, fundo de investimento privado especializado em mineração, já ultrapassou a marca de 400 campos de futebol plantados de espécies nativas da Mata Atlântica e Caatinga, por meio do Programa de Proteção da Fauna e Flora. O trabalho de proteção e recuperação dos biomas nos quais o grupo possui operações no País corresponde o equivalente 290 mil hectares. Em 2023, a Appian produziu mais de 85 mil mudas de 83 espécies nesses locais. Além disso, pelo Programa de Proteção e Monitoramento da Fauna, foram registradas cerca de 387 espécies locais na Zona da Mata baiana. “O cuidado com o meio ambiente é um dos nossos compromissos. Ao restabelecer o bioma local, respeitando suas origens, recuperamos a identidade e características do ecossistema na região”, disse Diogo Oliveira, diretor de ESG e Pessoas da Appian Capital Brazil. Temos compromisso com o modelo de gestão inteligente, sustentável e conectado às comunidades onde atuamos.”

Fonte: IstoéDinheiro