Economia
Segunda-feira, 29 de abril de 2024

Tesouro Direto: prefixados encostam em 1% ao mês após Focus revisar juros em 2024

Revisão da taxa de juros ao fim de 2024 e afrouxamento da meta fiscal fazem os títulos públicos dispararem

As taxas dos títulos do Tesouro Direto renovaram as máximas do ano, nesta terça-feira (16), pelo terceiro dia consecutivo. Todos os títulos do Tesouro IPCA+ ultrapassaram os 6% e os prefixados se aproximam dos 12% ao ano.

A abertura das taxas disparou após o Boletim Focus revisar a projeção para os juros ao fim de 2024. No documento divulgado nesta terça, os economistas aumentaram a estimativa da Selic de 9,00% para 9,13% – a projeção anterior se manteve estável por 15 semanas consecutivas. Para 2025, a estimativa se manteve estável em 8,50%, pela 19ª semana.

A mudança vem na esteira de alertas do Banco Central sobre o cenário de aumentos de preços, com maior preocupação por uma possível pressão sobre salários e incerteza sobre a dinâmica de queda da inflação doméstica.

Após a atualização de 11h51 (horário de Brasília), os rendimentos dos títulos prefixados mais longos estavam próximos de 12% ao ano. O Tesouro Prefixado 2031 e o Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2035 abriram para 11,86%, após fecharem em 10,65% e 10,63%, respectivamente, no dia anterior. Já o Tesouro Prefixado 2027 saiu de 10,76% para 11,01%.

Os títulos de inflação romperam todos a faixa dos 6%. Tesouro IPCA+ 2029, 2035 e 2045 estavam em 6,02%, 6,04% e 6,06%. No dia anterior, as taxas eram de 5,95%, 5,97% e 6,04%. O Tesouro IPCA+ 2045 está na sua maior taxa em um ano.

Na véspera, as taxas já tinham passado por uma abertura considerável depois que o governo . Em entrevista à Globo News, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou a meta zero para 2025 e não mais 2024, em uma redução do esforço fiscal anunciado anteriormente.

O projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) adiou a trajetória prevista de superávit primário: 0% do PIB em 2025, 0,25% do PIB em 2026, 0,5% do PIB em 2027 e 1% do PIB em 2028. As novas estimativas representam um alongamento da melhora fiscal, que passaria a ser mais gradual, contra previsão anterior de saldo positivo de 1% do PIB já em 2026.

Fonte: InfoMoney