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Terça-feira, 5 de novembro de 2024

Brasil tem pelo menos 19 candidatas a IPOs em 2024

pós mais de dois anos de período de estiagem, 2024 promete ser o ano da retomada dos IPOs no Brasil. Com a demanda represada de diversas empresas que adiaram seus planos devido às altas taxas de juros, pelo menos 19 companhias brasileiras estão posicionadas para aproveitar a melhoria do cenário e abrir capital na B3, conforme levantamento realizado pelo Pipeline.

Embora esse número ainda esteja longe do boom observado em 2021, quando a B3 registrou 46 IPOs, representa um aumento em relação ao desempenho de 2019, pré-pandemia, quando apenas sete empresas brasileiras abriram capital no Brasil e no exterior. “O cenário é favorável para as ofertas, com a queda dos juros e a retomada do fluxo de recursos para a bolsa”, destaca Vitor Saraiva, head de equity capital markets da XP.

As 19 candidatas identificadas abrangem desde empresas que recentemente começaram a considerar a possibilidade de IPO, como a Cimed (do setor de medicamentos), até aquelas ressuscitando planos antigos, datados de 2020, como as construtoras BRZ Empreendimentos, Pacaembu e Patrimar.

Ainda não está claro qual empresa inaugurará as ofertas públicas em 2024. Enquanto nos EUA já foram feitos os primeiros pedidos deste ano, com Armer Sports e BrightSpring liderando a fila, no Brasil ainda não há formalizações.

A expectativa é que os IPOs sejam retomados somente no final do primeiro semestre, após o retorno das ofertas subsequentes, lideradas por empresas de grande porte e com geração de caixa. Entre essas, estão mencionadas a CTG Brasil, Votorantim Cimentos, Cimed, CSN Cimentos e Compass, empresa de distribuição de gás e infraestrutura da Cosan.

Os bancos preveem que essas grandes empresas poderiam realizar emissões bilionárias, com o Santander estimando ofertas entre US$ 350 milhões e US$ 500 milhões, e o Itaú BBA projetando captações de R$ 1 bilhão a R$ 2 bilhões.

No entanto, a demanda pode não ser suficiente para todas as 19 candidatas. Roderick Greenlees, responsável global pelo BBA, sugere que os IPOs de 2024 devem se limitar a três a cinco casos. Todos os representantes das empresas que conversaram com o Pipeline destacaram que os planos dependem de “condições favoráveis de mercado”.

O setor de energia é um dos mais representados, com pelo menos três candidatas, incluindo Grupo Safira, 2W Ecobank e CTG Brasil. A 2W Ecobank, que tentou abrir capital em 2020, está considerando uma oferta primária de ações entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão no final do primeiro semestre.

O setor da construção civil, embora não seja considerado entre os mais resilientes, é uma presença forte, com sete construtoras, impulsionadas pelo programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. Empresas como BRZ, Pacaembu, Patrimar, Tegra, Emccamp, Metrocasa e Kallas estão entre as cotadas para buscar o mercado de capitais.

Setores como saneamento, representados por Aegea e Iguá Saneamento, também podem ter candidatas a IPO, enquanto empresas com fundos de private equity como acionistas, como Cobasi, Fortbras, Tecfil e Nadir Figueiredo, estão sendo consideradas fortes candidatas a ingressar no mercado de ações em 2024.

Fonte: Pipeline Valor